O presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira (SP), é peça importante no tabuleiro da sucessão presidencial da Câmara dos Deputados com ‘estratégias certeiras’.

Pereira analisou a aceitação ao líder do partido na Casa, Hugo Motta (PB), intensificou as tratativas com os partidos e conseguiu forçar um recuo de Lira, que antes considerava apoiar Elmar Nascimento (União-BA). Para dar passagem a Motta, o presidente do Republicanos desistiu de ser candidato na disputa atual. Mas não perdeu protagonismo.

A adesão à campanha de Hugo Motta por parte de legendas de direita e esquerda repete façanha ‘ostentada’ por Marcos Pereira ao comemorar seu aniversário em abril deste ano.

Ele reuniu nomes da direita como o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, o deputado bolsonarista Capitão Alberto Neto (PL-AM), o senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas também foi prestigiado por membros do PSOL como Jandira Feghali (RJ), o líder do PT na Câmara José Guimarães (CE), membros do Planalto como o ministro das Relações Institucionais de Lula, Alexandre Padilha e o advogado Geral da União, Jorge Messias. Até os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli e Gilmar Mendes marcaram presença.

Após lançar Hugo Motta candidato da legenda na Câmara, o resultado não foi diferente daquele projetado pela articulação de Pereira. A coalização obtida deriva de uma estratégia conciliadora que é típica do presidente do Republicanos. Vale lembrar, que o partido compôs o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas também emplacou o deputado Silvio Costa Filho (PE) para o Ministério de Portos e Aeroportos no governo Lula.

Em entrevista a O Antagonista, Pereira destacou as qualidades de Motta, que fortaleceram o partido no caminho rumo à presidência da Câmara.

“A eleição de Hugo será muito importante para nosso partido. Ele é um grande quadro que contribui muito com o desenvolvimento do partido. Sua jovialidade, energia aliadas à sua experiência são fatores preponderantes para ele chegar onde chegou”, afirmou.

Perguntado sobre a influência de seu nome para as negociações, Pereira admitiu: “Sim. Todos dizem isso” [que sua credibilidade foi determinante para os apoios].

Sobre a fórmula para unir diferentes partidos em torno de uma candidatura, Pereira respondeu: “Diálogo com transparência”.