O ex-presidente da República Michel Temer (MDB) afirmou, nesta terça-feira, 29, que o governo Lula não tem um projeto para o país.

Em conferência promovida pelo grupo Lide, em Londres, Temer citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek, que governou o país no período de 1956 a 1961, para exemplificar o que é ter um plano de metas:

“Como o Juscelino Kubitschek que tinha um plano de metas. As pessoas sabiam para onde o governo estava indo. A sensação que eu tenho é que este governo não tem um projeto. Ou, se o tem, tem às escuras, não às claras. Não lança para a população.

Mais ainda, você precisa ter um projeto. Você saber indicar ao povo, portanto, ao seu eleitorado, qual é o seu objetivo, quais são os pontos centrais do seu governo é fundamental. Porque você dá estabilidade, você dá as pessoas que querem investir ou as pessoas que querem se empregar, elas ficam sabendo qual é o seu projeto.”

O ex-presidente lembrou a importância de ter promovido reformas, durante o seu governo, para o avanço econômico do país: “Relembro a reforma trabalhista, o teto de gastos, o encaminhamento da reforma Previdência, a Lei das Estatais, que recuperou a Petrobras e outras empresas”.

Elogio a Tarcísio

Perguntado sobre apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) na eleição de 2026, Temer não descartou a ideia:

“Não gostaria de nominar. Mas o Tarcísio é uma grande figura, sem dúvida. Seria um bom candidato, moderado. O conheço bem e tive a oportunidade de tê-lo no meu governo [como secretário para programas de parcerias e investimentos]. Faz um bom governo em São Paulo e teve uma vitória, como vimos agora, na eleição do Ricardo Nunes“, disse o ex-presidente.

MDB como o “grande partido”

Temer elogiou a performance do seu partido, MDB, nas eleições municipais deste ano. Segundo o ex-presidente, “o MDB estabeleceu uma marca estupenda, que é fato de o seu eleitor votar com uma despreocupação, sem radicalismo“.

Considerado por Temer como o “grande partido do centro”, o MDB teve o segundo melhor resultado em número de população a ser governada, chegando a mais de 36 milhões de pessoas. O maior destaque foi a reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que é filiado à legenda.

Além de Nunes, o MDB elegeu prefeitos em capitais como Belém, Porto Alegre, Macapá e Boavista.