‘Eu não mato uma formiga’, diz Rivaldo Barbosa sobre Marielle
Ex-chefe da Polícia Civil do Rio negou conhecer 'irmãos Brazão'
Acusado de ser um dos mandantes da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), o delegado Rivaldo Barbosa prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira, 24, e afirmou que tinha boa relação com ela. O ex-chefe da Polícia Civil, assim como Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, outros dois réus no processo, disse ser ‘grato‘ pelo trabalho realizado pela vereadora.
“Eu sou muito grato à Marielle por tudo que ela proporcionou, para o profissional Rivaldo, para a Delegacia de Homicídios, para a Polícia Civil e para a sociedade como um todo. O que eu via nela? Comprometimento com o trabalho, dedicação com o trabalho. Tudo que chegava nela, ela despachava. Uma pessoa sensacional, uma pessoa maravilhosa”, disse.
Ao ser questionado se tinha sido um dos mandantes do crime contra Marielle, Rivaldo negou com veemência.
“Como é que eu posso matar uma pessoa dessa? Eu não mato uma formiga, vou matar uma pessoa?”.
Em parte do depoimento, Rivaldo foi perguntado se já tinha relação com os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão. O delegado garantiu nunca ter conversado com eles.
Depoimento dos ‘irmãos Brazão’
O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), Domingos Brazão, e o seu irmão e deputado federal, Chiquinho Brazão, prestaram depoimento ao STF nesta mesma semana. Os dois garantiram, assim como Rivaldo, terem relações cordiais com Marielle.
Chiquinho Brazão reconheceu que, em tempos de Câmera dos Vereadores quando era colega de Marielle, teve uma ‘discordância momentânea’ em decorrência de um projeto de lei sobre regularização de imóveis, o que, segundo ele, não interferiu na ‘boa relação’.
“É uma maldade o que fizeram. (Marielle tinha um) Futuro brilhante, sem dúvida nenhuma. Ela era uma vereadora muito amável. A gente sempre teve uma boa relação”, disse o parlamentar.
Domingos Brazão chorou ao falar da morte da vereadora e chegou a dizer que preferia ter “morrido no lugar de Marielle.”
Relembre o ‘Caso Marielle’
Marielle foi executada a tiros em março de 2018, junto de seu motorista, Anderson Gomes, no bairro do Estácio, região central do Rio, quando voltava de um encontro político na Lapa.
A assessora da parlamentar, que estava ao lado de Marielle, foi ferida apenas por estilhaços.
O crime de repercussão internacional deu início às investigações que, um ano depois, apontou para a prisão dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Elcio Queiroz. Os dois foram responsáveis pela execução de Marielle.
Mais recentemente, em março deste ano, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) expediu um mandado de prisão contra os irmãos e parlamentares Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, apontados como mandantes do crime. além do delegado Rivaldo Barbosa, suspeito de ajudar a planejar e atrapalhar as investigações.
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