González pede “pressão democrática” sobre ditadura de Maduro
“Peço a solidariedade ativa das democracias do mundo. O apoio internacional é essencial. A nossa causa é justa e democrática”, defendeu González, a quem foi concedido asilo na Espanha desde setembro passado
Edmundo González Urrutia, o candidato que a comunidade internacional considera vencedor das últimas eleições na Venezuela, aproveitou a sua intervenção esta segunda-feira, 14 de outubro, no World in Progress Barcelona para pedir aos restantes Estados “pressão democrática” sobre o regime de Nicolás Maduro e assim forçar uma “transição pacífica e ordenada.”
“A existência de uma autocracia num país constitui um problema para todos os outros”, alertou o líder da oposição. Ele foi seguido pelo ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos, que lamentou que a agenda externa dos Estados Unidos ignore a crise humanitária na Venezuela.
“Peço a solidariedade ativa das democracias do mundo. O apoio internacional é essencial. A nossa causa é justa e democrática”, defendeu González, a quem foi concedido asilo na Espanha desde setembro passado.
O opositor, que substituiu María Corina Machado como candidata presidencial, aproveitou o interesse gerado pela sua participação no fórum que decorre em Barcelona para lembrar que possui provas que demonstram a sua vitória: uma elevada percentagem de registros eleitorais obtidos em votações sites.
A posse oficial do novo presidente venezuelano será no dia 10 de janeiro do próximo ano. Portanto, o tempo passa para as diferentes tentativas de mediação para que haja uma solução negociada após o fiasco eleitoral de Maduro.
Consolidação autocrática
“A consolidação autocrática na Venezuela não é um problema apenas para nós. As consequências já se fazem sentir com toda a força dentro e fora do nosso território”, lamentou González Urrutia. Sem pressão internacional, insistiu o líder da oposição, Maduro não será forçado a abrir um diálogo “essencial para todas as partes”, que estabeleça que o mandato eleitoral deve ser “obedecido com todas as garantias necessárias”.
“Essa tem sido a nossa proposta política e linha de ação que não teve eco no regime e apenas desencadeou uma escalada repressiva brutal”, lembrou. O líder da oposição – e vencedor das eleições, segundo a ata tornada pública – chegou a Espanha no início de setembro.
Após a intervenção de González, que recebeu uma longa ovação, o ex-presidente da Colômbia Juan Manuel Santos o acompanhou por sua vez para falar. “O líder venezuelano nos pediu solidariedade e acho que ele merece e precisa. Se as democracias estão preocupadas com a ascensão autocrática, deveríamos reagir com mais veemência”, solicitou também o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2016
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