A trasladação do Círio de Nazaré 2024 reuniu 1,5 milhão de fiéis neste sábado, 13, em Belém.

A procissão percorreu 3,7 quilômetros, saindo do Colégio Gentil Bittencourt em direção à Catedral Metropolitana. Durante mais de cinco horas, a multidão acompanhou a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, num evento marcado pela fé e devoção.

A procissão, também conhecida como “procissão das luzes”, ocorreu entre 17h40 e 23h10, com homenagens emocionantes ao longo do trajeto, que incluiu chuvas de papel picado, fogos de artifício e canções religiosas. Muitos moradores assistiram à procissão de camarotes improvisados nas entradas de prédios.

Na chegada da imagem à Catedral, houve uma celebração, e a imagem permanecerá no local até a manhã deste domingo, quando sairá para a Grande Procissão do Círio, a maior procissão católica do Brasil.

Segurança e organização do evento

Para garantir a segurança dos romeiros, mais de 2 mil agentes foram mobilizados pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup). Além disso, pontos de hidratação foram organizados por voluntários para garantir o bem-estar dos fiéis durante o percurso.

A trasladação é a última das quatro procissões que ocorrem no sábado, antecedendo a Grande Procissão do Círio. Entre as outras procissões, destacam-se a romaria fluvial e a motorromaria, que atraem milhares de fiéis à capital paraense.

O Círio de Nazaré é considerado a maior manifestação religiosa do Brasil, reunindo milhões de devotos de Nossa Senhora de Nazaré e simbolizando um importante momento de fé para os paraenses e católicos de todo o país.

Católicos não adoram Maria, reverenciam; entenda a diferença

É um erro comum, especialmente entre alguns grupos protestantes, acreditar que os católicos adoram Maria como se fosse Deus. Na verdade, os católicos reverenciam Maria, mãe de Jesus, mas não a adoram. A diferença é fundamental no entendimento da fé católica.

A adoração, conhecida como latria, é devida exclusivamente à Santíssima Trindade. O culto a Maria é chamado de hiperdulia, que significa uma honra especial, mas muito distinta da adoração a Deus. Quando os católicos se consagram a Maria, estão, na verdade, pedindo sua intercessão, ou seja, que ela rogue a Deus em seu favor.

O Papa João Paulo II, por exemplo, usava o termo “confiança” para descrever essa devoção. Ele explicava que assim como Jesus confiou sua vida à proteção de sua mãe terrena, os católicos também confiam suas orações e intenções à intercessão de Maria, mas reconhecem que todas as bênçãos e graças vêm unicamente de Deus.

Por meio dessa intercessão, os católicos veem Maria como uma mãe espiritual, alguém que, como em uma família, intercede por seus filhos. Esse entendimento é reforçado por passagens bíblicas como em João 19:27, quando Jesus, na cruz, confia Maria aos cuidados do discípulo João, o que simboliza seu papel como mãe espiritual dos cristãos.

Portanto, consagrar-se a Maria não é idolatria, mas um ato de devoção filial, onde os católicos pedem que ela, em sua posição única como mãe de Jesus, os ajude em sua jornada espiritual. Isso não substitui, mas complementa a relação direta com Deus.