Múcio é pupilo de Lula, mesmo após climão com Israel
Lula disse que ministro da Defesa segue no cargo: "tenho muita confiança"
O presidente Lula descartou, nesta sexta-feira, 11, a possibilidade de saída do ministro da Defesa, José Múcio da cúpula do governo. Lula declarou ter “muita confiança”, além de “amizade” e “respeito profundo” pelo ministro. A declaração foi dada durante entrevista à rádio O Povo/CBN.
Especulações sobre a permanência de Múcio no cargo surgiram após ele afirmar que “questões ideológicas” impediram a conclusão de uma licitação entre o governo petista e uma empresa de Israel. Durante evento com empresários na quarta-feira,9, Múcio mencionou que a “questão diplomática interfere na Defesa”.
“Múcio é uma pessoa que eu tenho uma amizade profunda e um respeito profundo. Gosto muito dele. Ele me ligou, sabe, apavorado: ‘acho que falei alguma coisa que não devia ter falado’. E eu falei: ‘José Múcio, não se preocupe. Aquilo que a gente falou já está falado, já foi explorado. Esqueça e toca o barco para a frente […] Você não vai perder comigo um centímetro de importância por conta daquilo”, disse o presidente.
E completou: “O Zé Muccio continua meu amigo, meu ministro da Defesa. Uma pessoa por quem eu tenho não apenas muita confiança, mas uma estima profunda”.
Durante a entrevista, Lula não esclareceu se, de fato, o contrato mencionado por Múcio, com uma empresa israelense, teria sido interrompido por “questões ideológicas”.
A fala do ministro
Como mostramos,o ministro da Defesa, José Múcio, declarou que o governo Lula interferiu em um processo de licitação da pasta por ideologia contrária a Israel.
“Houve agora uma concorrência, uma licitação… Venceram os judeus, o povo de Israel, mas, por questão da guerra, do Hamas, os grupos políticos… Nós estamos com essa licitação pronta, mas, por questões ideológicas, nós não podemos aprovar”, disse Múcio em evento com a Confederação Nacional da Indústria em Brasília nesta terça-feira, 8 de outubro.
O ministro não deu detalhes da licitação. O Antagonista apurou que Múcio se referia à compra de 36 blindados israelenses. O caso veio a tona no início de setembro.
Quem travou a licitação foi o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais e ex-chanceler Celso Amorim, segundo reportagem do Uol.
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