O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil, à esquerda da foto) não descarta uma aliança com o PT em Goiânia para eleger Sandro Mabel (União Brasil, centro) como prefeito da capital do estado no segundo turno.

Em entrevista ao Globo, ele disse que “conversa com todo mundo”.

“Aqui em Goiânia você vai ter o voto de todo mundo. Em 21 dias, todo mundo vai escolher o gestor. Ninguém vai deixar de votar no Sandro pelo Fred. Eu sou da política. Não existe esse negócio de política que esteja enclausurada, política é aberta, por isso que tem dois turnos. Eu sou uma pessoa que conversa, não tenho dificuldade de conversar, nunca tive, fui parlamentar a vida toda e governador. Converso com todo mundo, não tenho restrição para conversar com as pessoas”, afirmou.

Em Goiânia, Sandro Mabel disputará o segundo turno com Fred Rodrigues (PL), candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na capital do estado.

No primeiro turno, Fred Rodrigues teve 31,14% dos votos e Sandro Mabel, 27,66%.

A delegada e deputada federal Adriana Accorsi (PT), que tinha a expectativa de ir para o segundo turno, ficou em terceiro lugar, com 24,44% dos votos. O quarto lugar ficou com Matheus Ribeiro (PSDB), com 6,81%.

Caiado será candidato à Presidência da República em 2026

Caiado reafirmou em entrevista à Folha de S.Paulo publicada na sexta-feira, 4, que é candidato à Presidência da República em 2026. E aproveitou para mandar um recado para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o teria chamado de “covarde” durante passagem por Goiás no fim de setembro, para fazer campanha por aliados.

“A informação que eu tive ontem é que ele disse em uma live que jamais se dirigiu a mim. Tá certo? As pessoas conhecem a trajetória do Ronaldo Caiado muito bem. Eu posso dizer algo mais: é que Ronaldo Caiado é um homem que Deus o poupou do sentimento do medo”, disse o governador ao ser questionado diretamente sobre o assunto.

De passagem por Goiânia em 24 de setembro, para participar de comício de Fred Rodrigues (PL), Bolsonaro reclamou dos governadores que seguiram as medidas sanitárias durante a pandemia de covid-19.

“Governador covarde!”

“Criaram um terror no Brasil. Nós, na pandemia, fizemos o que tinha que ser feito. Fui contra governadores que falavam ‘fique em casa, a economia a gente vê depois’. Governador covarde! Não tinha como fugir do vírus”, discursou o ex-presidente.

Seus apoiadores mencionaram o nome de Caiado, que, médico por formação, foi um dos governadores a contrapor o comportamento do então presidente durante a pandemia. Desde essa época, os dois vivem uma relação de altos e baixos.

Sem condições legais de concorrer à Presidência, o ex-presidente joga politicamente com a perspectiva de ser liberado para se candidatar em 2026, como ocorreu com Lula em 2022.