Joice Hasselmann, ex-deputada federal e jornalista, anunciou sua aposentadoria da vida política após amargar uma derrota significativa nas eleições municipais de 2024.

Hasselmann, que em 2018 fez história ao ser eleita a deputada federal mais votada do Brasil, com mais de 1 milhão de votos, obteve apenas 1.673 votos na disputa por uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo, desempenho que reflete uma queda vertiginosa de sua popularidade.

Em uma publicação nas redes sociais, Hasselmann admitiu o fracasso e disse que a candidatura era um “teste” para definir seu futuro político. “Depois desse resultado, aposentei as chuteiras. Não saio mais candidata a nada”, declarou enquanto brindava com champanhe.

Ela acrescentou que não esperava grandes resultados e afirmou ter construído uma carreira financeira sólida como jornalista antes de entrar na política. “Eu já ganhei muito dinheiro antes. Não preciso mais disso”, disse.

A trajetória política de Joice Hasselmann foi meteórica no início, mas rapidamente entrou em declínio. Em 2018, ela despontou como uma das principais vozes da direita brasileira, sendo eleita com mais de 1 milhão de votos, tornando-se a mulher mais votada da história da Câmara dos Deputados. No entanto, o desgaste veio rápido. Em 2019, após desentendimentos com o presidente Jair Bolsonaro, foi destituída do cargo de líder do governo no Congresso. A partir daí, enfrentou sucessivas derrotas eleitorais: em 2020, tentou a prefeitura de São Paulo, terminando em sétimo lugar; em 2022, tentou a reeleição como deputada federal, mas não foi eleita.

A eleição de 2024 marca o ponto mais baixo dessa trajetória. A ex-deputada, que já teve milhões de eleitores, não conseguiu sequer 2 mil votos. O resultado evidencia a perda de força política de uma figura que, até pouco tempo, parecia ser uma das grandes apostas da direita no Brasil. “Essa campanha era uma decisão importante para minha vida, e agora eu decidi me afastar”, disse Joice.

Mesmo fora da disputa política, Joice aproveitou o anúncio para reafirmar seu apoio a Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno das eleições para a prefeitura de São Paulo, destacando que sua escolha é “óbvia” frente a Guilherme Boulos (PSOL). Esse encerramento marca um fim melancólico para uma carreira que começou de forma estrondosa, mas que não conseguiu sustentar o capital político construído no passado.