Crusoé: Por que o TPI ainda não pediu a prisão de Maduro
Cunhada do promotor britânico Karim Khan participou da defesa da ditadura da Venezuela
Apesar das evidências de desaparecimentos forçados, torturas e assassinatos políticos na ditadura da Venezuela, o Tribunal Penal Internacional (TPI) até agora não pediu a prisão de Nicolás Maduro.
A inação do TPI no caso venezuelano destoa do protagonismo da Corte, que solicitou a detenção do ditador russo Vladimir Putin, em 2023, e estuda emitir um mandado de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, seu ministro da Defesa Yoav Gallant e dos terroristas do Hamas Yahya Sinwar e o líder da Brigada Al Qassam Mohammed Al-Masri.
A explicação para essa omissão pode estar nas conexões familiares do promotor britânico Karim Khan (foto), do TPI.
Uma reportagem do jornal The Washington Post de 6 de setembro mostrou que a cunhada de Khan, a advogada Venkateswari Alagendra, participou da defesa da ditadura venezuelana.
Venkateswari, que é malaia, participou da defesa da ditadura de Maduro em sua apelação para frear as investigações sobre crimes contra a humanidade na Venezuela.
O argumento da defesa era o de que a Venezuela não cometeu crimes contra a humanidade, mas apenas alguns excessos pontuais.
Venkateswari participou pessoalmente da defesa da Venezuela na Sala de Apelações do TPI, em Haia, na Holanda, nos dias 7 e 8 de novembro de 2023.
A apelação não foi adiante, e as investigações foram retomadas.
Segundo as regras internas do TPI, seus membros devem “abster-se de qualquer conflito que possa surgir de interesse pessoal no caso, incluindo relacionamento conjugal, parental ou outro relacionamento familiar próximo, pessoal ou profissional com qualquer uma das partes“.
Siga a leitura em Crusoé. Assine e apoie o jornalismo independente.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)