O deputado federal André Fernandes (PL; foto) e o deputado estadual Evandro Leitão (PT) disputarão o segundo turno das eleições à Prefeitura de Fortaleza em 27 de outubro.

Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, com mais de 90% das urnas apuradas, o bolsonarista tem 40,35% dos votos válidos e o petista, 34,34%.

Na terceira e quarta colocações, ficaram o atual prefeito, José Sarto (PDT), e o ex-deputado federal Capitão Wagner (UNIÃO), com 11,75% e 11,23%, respectivamente.

A derrota de Sarto é um marco duplamente negativo para o grupo político do ex-senador Ciro Gomes. É a primeira vez que um prefeito não é reeleito em Fortaleza desde a reedemocratização. Além disso, o PDT perde a hegemonia na capital do Ceará desde 2012.

Segundo pesquisa Quaest do final de setembro, o atual prefeito era o candidato com a maior rejeição. Pouco menos de 55% dos eleitores da capital cearense afirmaram que jamais votariam pela reeleição dele.

Também disputaram a eleição à prefeitura da capital cearense o senador Eduardo Girão (Novo) e os candidatos George Lima (Soliedariedade), Técio Nunes (PSOL) e Zé Batista (PSTU),

A rejeição deve ser determinante na eleição em Fortaleza, como sempre costuma ser em disputas que vão ao segundo turno.

O bolsonarista Fernandes tinha 32% de rejeição no estudo da Quaest de final de setembro. Por sua vez, o petista Leitão amargurava 43%, mais de dez pontos percentuais de desvantagem.

Como foram as eleições em Fortaleza?

A disputa pela prefeitura de Fortaleza foi bastante acirrada, chegando, por vezes, a um empate técnico quádruplo entre os candidatos mais bem posicionados. 

O pleito teve como pano de fundo a ruptura da antiga aliança entre PDT e PT e a consequente animosidade entre o grupo político do ex-governador Ciro Gomes (PDT) e o do também ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT).

Gomes apoiou o atual prefeito, José Sarto (PDT), e Santana, o deputado estadual Evandro Leitão (PT).

Também houve racha à direita no espectro político. Eduardo Girão (Novo), André Fernandes (PL) e Capitão Wagner (União), aliados em disputas anteriores, dividiram os votos da direita. 

Sem tempo de TV e tendo que enfrentar obstáculos para participar de debates, a campanha de Girão não deslanchou. Inicialmente liderando as pesquisas, capitão Wagner começou a perder posição com a ascensão de Fernandes e Leitão, apoiados por Bolsonaro e Lula, respectivamente.