Engler e Fuad disputam segundo turno em BH; esquerda tem papel secundário
Belo Horizonte viveu a mais indefinida eleição municipal dos últimos anos, o que não significou, contudo, um pleito animado
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD, foto da esquerda), e o deputado estadual alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, Bruno Engler (PL, foto da direita), vão disputar o segundo turno nas eleições mais disputadas da história da capital mineira.
Até o momento, Engler teve 34,39% dos votos, contra 26,54% de Noman. O terceiro colocado na briga, Mauro Tramonte (Republicanos), teve 15,18% dos votos. Ele perdeu musculatura justamente na última semana de campanha.
Em quarto lugar, Gabriel Azevedo (MDB) teve 10,57%, seguido por Duda Salabert (PDT), com 7,69%; e Rogério Correia (PT), com 4,37%.
Os demais candidatos não chegaram a 1%.
A derrota de Mauro Tramonte está sendo colocada na conta do ex-prefeito Alexandre Kalil, que deixou o PSD, de Fuad Noman, seu antigo vice, e rumou para o Republicanos, de olho em 2026, quando pretende se candidatar ou ao governo de Minas ou ao Senado. E também na de Romeu Zema (Novo), desafeto de Kalil, tido como “traídor” pelos eleitores de direita, por causa dessa união em torno de Tramonte. Kalil, em 2022, foi aliado e fez campanha por Lula.
A esquerda foi a maior derrotada em BH: seus principais candidatos, a deputada Duda Salabert (PDT), e o deputado federal Rogério Correia (PT), tiveram uma votação bem abaixo do esperado. Até nas piores projeções.
Eleição indefinida não significa pleito animado em BH
Belo Horizonte viveu a mais indefinida eleição municipal dos últimos anos, o que não significou, contudo, um pleito animado. Ao contrário. A cidade experimentou uma campanha fraca e modorrenta, principalmente pelo perfil apático dos principais postulantes ao histórico palácio da Avenida Afonso Pena, 1212.
Outro fator que contribuiu para a apatia eleitoral foi a ausência da polarização nacional entre petistas e bolsonaristas. Aliás, Lula e Bolsonaro quase não deram as caras na capital mineira, largando à deriva seus, em tese, candidatos, o deputado federal Rogério Correia (PT) e o Engler, respectivamente.
A ex-presidente Dilma Rousseff, correligionária do derrotado Correia, certa vez, disse: “Eu acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem quem perder, vão ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”. Nestas eleições, outro derrotado chamou a atenção. Gabriel Azevedo, do MDB.
Considerado por muitos, especialmente pelo grande empresariado local, o melhor e mais preparado dos candidatos, o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) não conseguiu a capilaridade necessária, sobretudo nos estratos de menor renda, para se tornar eleitoralmente viável e passar ao segundo turno.
Gabriel, possivelmente, irá se manter distante da disputa, já que ambos os postulantes, Fulano e Beltrano, foram alvos de sua ira no primeiro turno, e ainda bem antes disso. Aliás, o comportamento bélico do vereador é apontado como uma das causas de seu insucesso nessa corrida eleitoral.
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