Steven Seagal, astro de ação dos anos 90, construiu sua carreira com filmes como Under Siege e Out for Justice. No entanto, fora das telas, Seagal se tornou conhecido por suas alegações exageradas e histórias fabricadas sobre suas conquistas e vida pessoal. Essas afirmações vão desde seu passado nas artes marciais até suas supostas ligações com a máfia e envolvimento com políticos internacionais.

O “Ninja” na vida real

No mundo das artes marciais, Seagal sempre alegou ter uma faixa preta de 7º dan em Aikido e ser o primeiro ocidental a abrir um dojo (centro de treinamento) no Japão, mas muitas dessas declarações foram publicamente contestadas.  

Ele se casou com Miyako Fujitani, filha de um mestre de Aikido, e foi com ela para o Japão, só que sua ex-esposa deu declarações de que sua faixa preta foi concedida por um juiz preguiçoso que dormiu durante sua apresentação, tanto que muitos o chamam de praticante de “bullshido”.  

Ele também é acusado de ser desnecessariamente violento nos sets de filmagem, batendo em seus dublês nas cenas e ensaios. Um incidente famoso envolve Gene LeBell, coordenador de dublês e mestre de judô, que supostamente sufocou Seagal após ele afirmar que era impossível ser derrubado. Embora Seagal negue o ocorrido, a história se tornou uma lenda na comunidade de dublês. 

Esses são os predicados marciais do mesmo homem que já declarou que deu uma surra num grupo de lutadores da máfia japonesa Yakuza, quando eles invadiram seu dojo no Japão. 

Conflitos com outros astros 

Seagal também tem no currículo a quebra do pulso do ator Sean Connery quando, antes de ser famoso, era dublê e treinador de atores para filmes. Na ocasião os treinavam para possíveis cenas de luta para o filme “007 Nunca Mais Outra Vez”. Esse fato Sean Connery confirma. 
 
Nos anos 90, quando já era famoso, irrompeu uma sala de leitura nas dependências de um estúdio, exigindo que os que lá estavam, um roteirista e os lendários atores Walter Matthau e Jack Lemmon, desocupassem a sala porque era dele. Claro que não saíram, e ele saiu batendo a porta.
 
Outro episódio envolve sua suposta briga com Jean-Claude Van Damme, outro famoso nome dos filmes de artes marciais. Durante uma festa na mansão de Sylvester Stallone em Miami em 1997, Seagal, que vivia questionando publicamente as habilidades do astro belga, se recusou a lutar com ele numa “luta demonstração” no jardim da casa, alegando que “não valia a pena” e seu refugo se tornou mais uma das polêmicas o envolvendo. 

Agências secretas e origem familiar

Voltando ao seu mundo de faz-de-conta, também seriam fantasiosas as suas origens étnicas. Conforme a entrevista que você ler ou assistir sobre o assunto, ele declara ser mongol russo, asiático, indígena Mohawk, italiano e irlandês. Só que foram atrás e verificaram que ele teria apenas ascendência judaica russa e irlandesa, desmentindo essas ramificações todas de sua criativa árvore genealógica. 

Outra alegação de Seagal é sobre uma suposta atuação como agente secreto, com envolvimento com agências de inteligência. Em várias entrevistas, ele insinuou que trabalhou para a CIA seja os treinando, seja em missões perigosas e operações sigilosas. 

Claro que as pessoas da comunidade de inteligência dos EUA nunca confirmaram essas afirmações, o que gerou mais risadas e olhares céticos. Seus relatos são descritos como fantasiosos, e até colegas de Hollywood e antigos membros da comunidade de segurança o ridicularizaram publicamente. 

Da tela para a máfia e política

Seagal também teve ligações suspeitas com a máfia. Nos anos 90, ele teria sido extorquido pela família Gambino, após recusar um acordo com o produtor Jules Nasso. O FBI até gravou a extorsão, e o ator foi forçado a testemunhar contra a máfia. 
 
Nos últimos anos, Seagal se aproximou do presidente russo Vladimir Putin, recebendo cidadania russa em 2016. Ele se mudou para a Rússia, dizem que em busca de proteção contra acusações de assédio sexual. Atrizes como Katherine Heigl e Jenny McCarthy o acusaram de comportamento abusivo durante filmagens e em audições “privadas”. 

Conclusão

Em resumo, Steven Seagal é uma figura no mínimo controversa. Suas histórias inventadas ou exageradas e comportamentos condenáveis, tanto na vida pessoal quanto na carreira, mancharam sua reputação, tornando-o mais lembrado por seus caminhos duvidosos do que por seus feitos nas telas, de onde, aliás, sumiu desde 2019. 
 
Se você quiser conhecer mais detalhes da longa lista de histórias pitirescas inventadas, exageradas ou criminais de Seagal, recomendo que ouça esses dois episódios do videocast americano “Behind the Bastards”: Parte 1 e Parte 2.