Candidatos inauguram ‘Debate MMB’: Mulher, Maconha e Bíblia
Evento promovido pelo grupo Folha /Uol nesta segunda-feira, 30, foi marcado – novamente – por uma intensa troca de farpas entre os candidatos
O debate promovido pelo grupo Folha/Uol nesta segunda-feira, 30, foi marcado – novamente – por uma intensa troca de farpas entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB), Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB).
Entretanto, dessa vez, os postulantes ao Palácio do Anhangabaú trocaram as questões de zeladoria (discussão sobre ruas, limpeza urbana, educação, manutenção de postos de saúde) por embates sobre o desvirtuamento da palavra de Deus em uma campanha eleitoral, sobre a participação ou não da mulher na política e até mesmo sobre porte e uso de drogas.
Os maiores embates ocorreram quando os candidatos trataram do tema religião. Como mostramos, Ricardo Nunes foi desafiado por Pablo Marçal a citar versículos da Bíblia; Tabata Amaral, por sua vez, criticou o uso eleitoreiro da religião por parte do ex-coach: “Cristão não dá golpes”.
“Quanta gente aqui que já foi investigada, condenada… Onde está na Bíblia que cristão rouba? Que cristão dá golpe, que cristão prejudica…? Que tira dinheiro de coisa pequena ou de coisa grande…? Com Jesus a gente não aprendeu sobre falação”, disse Tabata, em referência à condenação de Marçal de 2010 por envolvimento com uma quadrilha de estelionatários.
Marçal: mulher inteligente não vota em mulher
Um dos principais momentos do evento foi um embate entre Pablo Marçal e Tabata Amaral sobre a participação da mulher da política. A candidata do PSB voltou a chamar a atenção dos colegas ao afirmar que era a “adulta da sala”, em uma crítica ao comportamento bélico adotado por Nunes, Boulos e Marçal.
O ex-coach, então, respondeu à candidata afirmando que “mulher inteligente” não votaria na parlamentar.
“Ela quer provar para você que é mulher. Tabata, se mulher votasse em mulher, você ia ganhar no primeiro turno. A mulher não vota em mulher, mulher é inteligente”, declarou o ex-coach. “Se fosse isso, pobre votaria em pobre. Negro iria votar em negro”, acrescentou.
Na parte final do debate, Marçal instigou Nunes a perder o controle ao questioná-lo, insistentemente, sobre um boletim de ocorrência registrado pela esposa do emedebista, Regina Carnovale Nunes, em 2011 por crime de violência doméstica. Nunes esquivou-se do tema.
“Você não respondeu por que ela registrou [o Boletim de Ocorrência]”, declarou Marçal. “Não vou cair no seu golpe, Pablo Henrique”, declarou Nunes.
Boulos: “Usei maconha quando adolescente”
No debate, o ex-líder do Movimento Sem Teto Guilherme Boulos admitiu publicamente que experimentou maconha quando era adolescente.
O tema entrou na pauta do debate quando Marçal voltou a insinuar que o deputado federal era usuário de cocaína.
“Um cara chamado Guilherme Bardauil Boulos teve um processo por porte de drogas que ele queria atribuir a mim, para confundir o eleitor. Agora, quando ele cita o Hospital do Servidor, ele está se referindo a um período quando, com 19 anos, eu enfrentei uma depressão crônica. Nunca disse isso publicamente, porque não cabe”, disse Boulos, que complementou:
“Nunca usei cocaína para que fique muito claro. Não uso drogas. E já que ele quer saber, maconha eu provei uma vez, na adolescência. Me deu uma dor de cabeça danada. Quem me conhece sabe muito bem disso. Está respondido”, declarou Boulos.
Meio-Dia em Brasília analisa última semana da corrida eleitoral em São Paulo. Assista:
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