Sem Brasil, 50 países exigem resposta após fraude eleitoral de Maduro
Enquanto Lula ignora crise pós-eleitoral na Venezuela, grupo assinou declaração conjunta sobre a situação no país
Um grupo de 50 países e a União Europeia assinaram uma declaração conjunta sobre a crise na Venezuela e cobraram uma solução para o impasse político no país do ditador Nicolás Maduro (foto). No final de julho, o líder venezuelano comandou uma fraude eleitoral.
O documento foi assinado à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas. A lista, que continha 30 países até a quinta-feira, agora contém 50 signatários. O Brasil não assinou o documento.
Aderiram ao apelo os países: Albânia, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Canadá, Chile, Costa Rica, Croácia, República Tcheca, Dinamarca, República Dominicana, Equador, El Salvador, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Geórgia, Grécia, Guatemala, Guiana, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Kosovo, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Montenegro, Marrocos, Países Baixos, Nova Zelândia, Macedônia do Norte, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Romênia, Eslovênia, Espanha, Suriname, Suécia, Ucrânia, Reino Unido, Estados Unidos e Uruguai.
“Continuamos seriamente preocupados com a repressão generalizada e contínua, bem como com os relatos de abusos e violações dos direitos humanos após as eleições. Estes abusos incluem prisões e detenções arbitrárias (incluindo de crianças), mortes, recusas de garantias de julgamento justo e tácticas de intimidação contra a oposição democrática e outros membros da sociedade civil. No contexto da repressão violenta contra membros da oposição, um mandado de detenção por motivos políticos emitido em 3 de Setembro contra o candidato presidencial Edmundo González Urrutia, que, de acordo com os registos eleitorais disponíveis ao público, obteve o maior número de votos nas eleições de 28 de Julho, forçou-o a abandonar o país”, diz a declaração.
Os países cobram ainda a “libertação imediata das pessoas detidas arbitrariamente sem respeitar as garantias de um julgamento justo; o fim do uso excessivo da força, da violência política e do assédio contra a oposição e a sociedade civil; e o regresso imediato do Gabinete do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, assim como a criação das condições necessárias que lhe permitam cumprir plenamente o seu mandato”.
Mais de 2,4 mil manifestantes foram presos na Venezuela desde o final de julho, sendo que 25 pessoas morreram durante protestos após a declaração do Tribunal Supremo de Justiça sobre a reeleição de Maduro.
O adversário de Maduro nas urnas, Edmundo González, está em exílio na Espanha, após ser alvo de três mandados de prisão por crimes pós-eleitorais, como “incitação à desobediência” e “conspiração”.
E a Venezuela, Lula?
Enquanto Lula ignorou a crise pós-eleitoral na Venezuela em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, na última terça-feira, 24, outras autoridades internacionais se posicionaram sobre o tema.
Em paralelo à agenda das Nações Unidas, o G7, grupo das sete maiores economias do mundo, publicaram um comunicado sobre a situação venezuelana.
Ao tomar posse em 2023, Lula retomou as relações diplomáticas com a Venezuela, do ditador Nicolás Maduro. No final de julho, Maduro comandou uma fraude eleitoral, que foi exposta pela oposição. Sobre esse país, que já enviou 125 mil pessoas ao Brasil, Lula não dedicou uma única frase na ONU.
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