Crusoé: Boric estraga festinha promovida por Lula em Nova York
No encontro para defender a democracia, Lula foi questionado justamente por apoiar uma ditadura, a da Venezuela
O presidente chileno Gabriel Boric (foto) estragou a festinha de “alto nível” promovida por Lula em Nova York.
Em sua campanha para se propagandear como um grande defensor da democracia, o petista inventou um encontro às margens da Assembleia-Geral da ONU com o título “Em defesa da democracia. Combatendo o extremismo“.
Lula, assim, quer levar para o palco mundial um tema que pretende repercutir internamente, atacando os adversários que ele considera antidemocráticos dentro do Brasil.
O presidente americano, Joe Biden, ignorou o convite e enviou um oficial de segundo escalão.
Quem topou participar foram o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e o chileno Gabril Boric.
Mas Boric decidiu tocar justamente no calcanhar de aquiles da diplomacia brasileira, que diz defender a democracia enquanto apoia o ditador Nicolás Maduro.
É o que o chileno chamou de “venezuelização” da política interna brasileira.
“Eu gostaria de iniciar a minha intervenção fazendo uma pergunta não sobre os nossos adversários da extrema-direita, mas sobre nós mesmos. Hoje, os setores progressistas também são questionados pela sociedade. É muito importante estabelecer uma questão em conjunto. Há certas matérias que representam avanços civilizatórios e em relação às quais deveríamos ter uma única postura sem duplo padrão. As forças progressistas se enfraquecem quando, diante de certos conflitos, adotam posturas vacilantes, hesitantes ou saem em defesa de interesses políticos, em lugar de seguir os seus princípios“, disse Boric.
“Nós precisamos adotar uma única posição entre os países progressistas. As violações dos direitos humanos não podem ser julgadas conforme a cor do ditador de turno que o violar, ou do presidente que os violar, seja (Benjamin) Netanyahu em Israel, (Nicolás) Maduro na Venezuela, (Daniel) Ortega na Nicarágua ou Vladimir Putin na Rússia“, disse o chileno. “Nós, como movimentos progressistas precisamos ser capazes de defender princípios. E isso às vezes fracassamos.”
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