Ex-premiê libanês sugere apoio ao Hezbollah e revolta aliados
Mensagem de solidariedade a regiões controladas pelo grupo extremista é vista como traição ao legado de seu pai, assassinado em 2005
O ex-primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, gerou polêmica após uma postagem publicada nesta terça-feira, 24, que muitos interpretaram como apoio ao Hezbollah.
Hariri, figura de destaque na comunidade islâmica libanesa, escreveu que “a solidariedade nacional é um dever moral e político”, mencionando regiões como o sul do Líbano e Dahya, em Beirute, áreas controladas pelo Hezbollah. A postagem foi feita em meio aos ataques de Israel contra depósitos de armas do grupo.
A declaração gerou uma onda de críticas nas redes sociais, acumulando mais de 1,2 milhão de visualizações. Muitos viram a mensagem como uma traição ao legado de seu pai, Rafic Hariri, também ex-premiê, que foi assassinado em 2005 por um agente do Hezbollah.
“Como apoiar aqueles que mataram o mártir Rafic Hariri?”, questionou um usuário, refletindo a indignação popular. Comentários de figuras influentes do Golfo Pérsico também atacaram Hariri, acusando-o de “vender o sangue de seu pai” e de ceder à influência iraniana.
Saad Hariri nasceu em 18 de abril de 1970, em Riad, na Arábia Saudita, e é muçulmano sunita. Filho de Rafic Hariri, que serviu como primeiro-ministro e foi uma figura central na reconstrução do Líbano após a guerra civil, Saad lidera o Movimento do Futuro, partido fundado por seu pai.
O assassinato de Rafic Hariri, em um atentado a bomba em Beirute, marcou um divisor de águas na política libanesa, levando a um tribunal apoiado pela ONU que condenou membros do Hezbollah pelo crime.
Hariri serviu como primeiro-ministro em duas ocasiões (2009-2011 e 2016-2020) e renunciou ao cargo em meio a tensões com o Hezbollah, citando a influência crescente do Irã no Líbano como um dos motivos. Em 2022, ele anunciou sua retirada da vida política, afirmando que o cenário no país tornava impossível qualquer progresso significativo.
Em fevereiro de 2024, Hariri retornou ao Líbano para marcar o 19º aniversário do assassinato de seu pai, reacendendo rumores sobre sua possível volta à política. Contudo, Hariri evitou falar sobre o tema, deixando em aberto seu futuro político.
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