Ata do Copom destaca risco fiscal em combate à inflação Ata do Copom destaca risco fiscal em combate à inflação
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Ata do Copom destaca risco fiscal em combate à inflação

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Redação O Antagonista
3 minutos de leitura 24.09.2024 08:47 comentários
Economia

Ata do Copom destaca risco fiscal em combate à inflação

Desequilíbrio nas contas públicas foi apontado como uma das razões para a desancoragem das expectativas sobre a pressão sobre os preços

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Ata do Copom destaca risco fiscal em combate à inflação
Divulgação: Banco Central

A esperada Ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que elevou a taxa básica de juros, Selic, de 10,50% ao ano para 10,75% a.a. manteve o tom duro do comunicado e acrescentou preocupações com a expansão fiscal promovida pelo governo Lula.

Na avaliação dos cenários e riscos para o combate a inflação, os diretores do Banco Central destacaram as pressões altistas sobre os preço com um aquecimento da demanda, sem uma resposta a tempo da capacidade produtiva. O chamado hiato do produto, que é a diferença entre o PIB (Produto Interno Bruto) potencial e a produção corrente, encontra-se em território positivo, na opinião do colegiado, e isto pode se traduzir em aumento no custo dos produtos.

Esse ritmo de crescimento da atividade, em contexto de hiato agora avaliado positivo, torna mais desafiador o processo de convergência da inflação à meta. A conjunção de um mercado de trabalho robusto, política fiscal expansionista e vigor nas concessões de crédito às famílias segue indicando um suporte ao consumo e consequentemente à demanda agregada. Em síntese, à luz da atualização dos dados de atividade do período e dos modelos apresentados, o Comitê concluiu que o hiato está em campo positivo“, destacam os membros do Copom na Ata.

O colegiado repetiu ainda o aviso constante no documento referente à reunião de julho para ressaltar a necessidade de “reformas estruturais e disciplina fiscal” e que “as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade“. Ou seja: caso o governo não se acerte com as contas públicas serão necessários juros ainda mais altos.

O texto ainda traz como novidade uma frase para reforçar o comprometimento do grupo indicado por Lula ao comando da autarquia com o combate a pressão sobre os preços. “A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê“, diz o documento. A passagem com o cuidado na inclusão da expressão “comum a todos os membros” deixa clara a busca da autoridade monetária pela demonstração de coesão entre os diretores do BC, castigada com as falas do petista contra a autarquia desde o início do mandato.

A Ata, no entatno, não trouxe pistas mais claras do ritmo a ser adotado pela autoridade monetária para o ciclo de alta da Selic que se iniciou na semana anterior. “O Comitê debateu o ritmo e a magnitude do ajuste da taxa de juros, bem como sua comunicação. Em virtude das incertezas envolvidas, o Comite preferiu uma comunicação que reforça a importância do acompanhamento dos cenários ao longo do tempo, sem conferir indicação futura de seus próximos passos, insistindo, entretanto, no seu firme compromisso de convergência da inflação à meta“, apontou o texto.

Antes da divulgação da Ata, o mercado financeiro precificava, pelo menos, mais três aumentos na Selic de 0,50 ponto percentual e dois de 0,25 p.p. nas próximas reuniões do colegiado. A taxa ao final do ciclo estaria, considerando-se as expectativas contidas na curva futura de juros, entre 12,75% a.a. e 13% a.a..

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