Crusoé: O alerta que levou Edmundo González ao exílio
Líder opositor deixou a Venezuela em 7 de setembro, com destino à Espanha após solicitar asilo político ao país europeu
O líder opositor venezuelano Edmundo González (foto) relatou nesta sexta-feira, 20 de agosto, que havia sido avisado do risco de detenção arbitrária pelo regime de Nicolás Maduro antes de ser buscar exílio na Espanha.
“Um agente de segurança que trabalhava comigo me puxou de lado para dizer que havia recebido informações de que os órgãos de segurança estavam indo atrás de mim e que era melhor buscar refúgio”, disse González em entrevista à agência de notícias Reuters.
“Eu poderia ter me escondido, mas precisava estar livre para poder fazer o que estou fazendo, transmitindo ao mundo o que está acontecendo na Venezuela, fazendo contatos com líderes mundiais”, acrescentou.
O exílio de González
Candidato da oposição na votação de 28 de julho, Edmundo González deixou a Venezuela em 7 de setembro, com destino à Espanha após solicitar asilo político ao país europeu.
Como mostrou O Antagonista, ele ficou abrigado em segredo na Embaixada da Holanda em Caracas durante mais de um mês antes de se esconder na residência do embaixador espanhol.
O ministro holandês das Relações Exteriores, Caspar Veldkamp, afirmou no domingo, 8, que decidiu atender a um pedido “urgente” da oposição no dia seguinte às eleições para acolher Edmundo “o tempo que fosse necessário”.
A declaração do ministro consta de carta enviada ao Parlamento do país europeu. O documento relata que González optou por deixar a Embaixada da Holanda e “continuar a sua luta a partir da Espanha”.
A Procuradoria-Geral da Venezuela, controlada pelo chavismo, anunciou em 2 de setembro que um tribunal expediu um mandado de prisão contra Edmundo González.
O diplomata foi intimado para prestar depoimento sobre a apuração paralela das eleições de 28 de julho. Segundo a oposição, González venceu o ditador Nicolás Maduro com cerca de 70% dos votos.
“Eles perderam toda a noção da realidade. Ao ameaçar o Presidente Eleito apenas conseguem nos unir mais e aumentar o apoio dos venezuelanos e do mundo a Edmundo González”, escreveu María Corina sobre o mandado de prisão.
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