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Os 7 piores debates políticos da TV brasileira 

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José Inácio Pilar
5 minutos de leitura 21.09.2024 09:02 comentários
Análise

Os 7 piores debates políticos da TV brasileira 

Relembre com vídeos os mais lamentáveis momentos dos debates eleitorais da televisão brasileira

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José Inácio Pilar
5 minutos de leitura 21.09.2024 09:02 comentários 0
Os 7 piores debates políticos da TV brasileira 
Reprodução/TV Bandeirantes

A televisão brasileira tem sido palco de confrontos eleitorais cada vez mais acirrados, onde o que deveria ser uma troca de ideias e propostas de governo se transforma em um campo de batalha de agressões verbais e, em alguns casos, físicas.

O recente debate da TV Cultura para a prefeitura de São Paulo, em 2024, adiciona mais um capítulo a essa história tumultuada. Confira uma retrospectiva dos sete piores debates da TV brasileira, não necessariamente em ordem de “lamentabilidade”.

  • 1. Datena e a cadeirada (2024) – Em setembro de 2024, o debate na TV Cultura para a prefeitura de São Paulo alcançou um novo patamar de baixaria. O apresentador e candidato Datena foi expulso do palco após atacar fisicamente Pablo Marçal com uma cadeira (veja aqui), ato que viralizou na internet.

    A confusão começou quando Marçal disse que Datena ameaçou lhe dar um tapa no debate anterior, mas que era covarde para cumprir, o que levou Datena a perder o controle.

    Marçal reagiu na hora, mas depois recorreu ao atendimento médico e o debate foi interrompido por alguns minutos, antes de continuar sem a presença de Datena.

  • 2. Weslian Roriz defende a corrupção (2020) – Durante o debate da TV Globo, Weslian Roriz, esposa do ex-governador Joaquim Roriz, enfrentou dificuldades para se expressar, cometendo gafes, como ao soltar a pérola “Quero defender toda aquela corrupção”, corrigindo-se em seguida (veja aqui).

    Sua falta de experiência a fez recorrer a anotações, mas suas respostas foram frequentemente desconexas. Em ataques aos adversários, utilizou táticas que desviaram o foco de questões importantes, como transporte público.

    A ex-primeira dama distrital mencionou várias vezes seu marido, que renunciou à candidatura uma semana antes devido à Lei da Ficha Limpa.

  • 3. Cabeçada em Teresina (2024) – Durante o debate da TV Band para a prefeitura de Teresina em agosto de 2024, o prefeito Dr. Pessoa (PRD) protagonizou um dos momentos mais inusitados da história política brasileira ao dar uma cabeçada no candidato do PSOL, Francinaldo Leão (PSOL).

    A discussão, que já estava acirrada por divergências sobre políticas públicas, escalou quando o prefeito, após sua fala, se aproximou do adversário, em pé à sua frente e deu-lhe uma testada (veja aqui).

    O incidente gerou grande repercussão, com Pessoa sendo criticado pela violência em um ambiente que deveria ser democrático.

  • 4. Brizola vs Maluf (1989) – O primeiro debate, do primeiro turno reuniu 9 dos 22 candidatos à presidência num pool entre Globo, SBT, Manchete e Band. O desrespeito ao limite de tempo era a regra, não exceção, com a campainha tocando frequentemente.

    Em outro momento, Maluf insinuou que Brizola era desequilibrado, no que este pediu réplica, negada por Maluf, com a coisa esquentando com Brizola chamando os apoiadores do rival de “filhotes da ditadura” (veja aqui).

  • 5. Collor vs Lula (1989) – Já no segundo turno, o confronto direto entre Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello em 1989 marcou o Brasil. Collor usou ataques pessoais contra Lula, tentando desqualificá-lo ao mencionar sua vida pessoal (veja a íntegra aqui).

    O debate, embora sem agressões físicas, ficou conhecido pela intensidade das ofensas, que influenciaram negativamente a imagem de Lula na reta final da campanha, que ainda teria sido prejudicado numa versão editada e resumida que a Globo passou no Jornal Nacional seguinte.

  • 6. Paulo Maluf vs Marta Suplicy SP (2000) – No debate da Rede Bandeirantes para as eleições municipais de São Paulo em 2000, Maluf estava usando seu minuto extra de tempo de resposta para dizer que Marta não tinha qualificação para ser prefeita, no que ela o interrompeu.

    Mais à frente nessa mesma fala, após novas tentativas de interrupção, ele disse para ela “ficar quietinha”, no que ouviu um enfático “cala boca”, respondido em mesmo tom por ele. Em seguida, cortaram para o intervalo (veja aqui).

  • 7. Eduardo Leite vs Onyx Lorenzoni (2022) – Em 2022, no Rio Grande do Sul, o debate para o governo estadual entre Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL) não saiu do controle com baixarias ou agressões, mas certamente entrou na história.

    O que marcou esse debate foi a forma como um dos candidatos se esquivou continuamente de responder à uma pergunta do adversário por 9 vezes em menos de 2 minutos, sempre com frases claramente evasivas (veja aqui).

Conclusão 

Esses incidentes, agora com consequências físicas, podem se tornar mais frequentes e refletem a crescente polarização política no país e a espetacularização dos debates, levantando questões sobre a qualidade dessas discussões democráticas.
 
Parece que alguns candidatos têm preferido focar na imagem pessoal, mesmo que à custa do vazio propositivo de seus planos de governo, que é o que, de fato, deveria importar para seus eleitores, já que pautarão suas gestões.

À medida que nos aproximamos de um novo ciclo eleitoral, espera-se que os futuros debates possam trazer mais propostas construtivas e menos agressões, embora o histórico recente sugira o contrário.

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José Inácio Pilar

É advogado formado na FAAP e pós-graduado em comunicação na FGV, teve um talk show de automobilismo na TV, e por 10 anos um site dedicado ao mesmo assunto, com passagens pelo mundo corporativo sempre ligado ao tema de comunicação. Roteiriza e apresenta o programa Café Antagonista semanalmente, além de assinar colunas de automobilismo e de entretenimento.

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