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Rodrigo Oliveira
3 minutos de leitura 16.09.2024 07:53 comentários
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Brasileiro vão pagar com juros mais altos a falta de respnsabilidade do governo Lula com as contas públicas

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Rodrigo Oliveira
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Hora de pagar a conta
Presidente Lula | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A matemágica do governo Lula começa a apresentar a fatura com juros mais altos para todos os brasileiros. Esta semana deve inaugurar um novo ciclo de alta da Selic. Na quarta-feira, 18, o Copom (Comitê de Política Monetaria) decide sobre o novo patamar dos juros no país. Na conta, a deterioração fiscal deve pesar.

De acordo com a precificação dos juros futuros no mercado financeiro, uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica brasileira é favas contadas. A dúvida é se o ajuste pode ser ainda maior. Por enquanto, as apostas nas opções de Copom da B3 indicam 76% de chances para o aumento de 0,25 p.p. e 15% para um reajuste de 0,5 p.p..

Os investidores avaliam a pressão que a falta de compromisso de Lula com a saúde fiscal pode trazer para as contas públicas. O novo déficit primário neste ano deve ficar entre 0,60% e 0,70% do PIB (Produto Interno Bruto). Isso significa que o governo deve gastar cerca de 70 a 80 bilhões de reais a mais do que arrecadou, a se confirmarem as projeções, apesar da promessa de zerar o déficit primário neste ano.

Novas exceções e manobras para anabolizar as receitas recentes atrapalham ainda mais a credibilidade da política econômica do governo. No domingo, 15, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino autorizou a abertura de crédito especial fora da conta da meta fiscal para o combate às queimadas, como feito com os gastos para lidar com as enchentes do Rio Grande do Sul no primeiro semestre.

Na quinta-feira, 12, a Câmara dos Deputados aprovou texto do governo incluindo como receita primária 8,5 bilhões de reais de dinheiro “esquecido” dos brasileiros nas contas-correntes. O confisco, mesmo sendo um evento não-recorrente e completamente alheio ao esforço arrecadatório, será considerado como receita primária pelo Tesouro Nacional. Mesmo após, o Banco Central se posicionar publicamente sobre a inadequação da medida, ou, em outras palavras, contra a matemágica contábil.

De exceção em exceção, Lula e a equipe econômica sepultam de uma vez por todas a pouca credibilidade do arcabouço fiscal proposto há cerca de um ano.

Sem confiança no devedor, o credor passar a cobrar mais para emprestar dinheiro. Em uma espiral viciosa, o governo que não fecha as contas é obrigado a pegar dinheiro emprestado, mas – como não tem controle das contas – tem que pagar cada vez mais caro, com juros cada vez mais altos, para convencer o credor.

A pegadinha? O governo não tem dinheiro. Quem tem dinheiro é o contribuinte, o pagador de impostos. Sejam bem-vindos à hora da fatura.

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Rodrigo Oliveira

Jornalista pela UnB (Universidade de Brasília), pós-graduado em Marketing &amp; Mídias Digitais pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e especializado em finanças e negócios. É Analista de Valores Mobiliários (CNPI) certificado pela Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) com quatro anos de experiência profissional no mercado financeiro.

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