São Paulo bate recordes de nível de poluição
Os níveis de poluição do ar em São Paulo atingiram um pico sem precedentes, segundo a Cetesb.
Os níveis de poluição na capital paulista alcançaram uma situação inédita e alarmante. De acordo com Maria Lúcia Guardani, gerente da divisão de qualidade do ar da Cetesb, “há 40 anos, quando as medições automáticas começaram, não tínhamos um cenário como esse. Aliás, nem sabíamos que íamos passar por esse cenário”. Desde 1985, a Cetesb automatizou o monitoramento da poluição com equipamentos de referência mundial, mas os resultados recentes acenderam um sinal de alerta.
Na última segunda-feira (9), as estações da Cetesb registraram índices preocupantes de MP2,5, partículas inaláveis extremamente finas que podem penetrar profundamente nos pulmões, agravando problemas respiratórios como asma e bronquite. A situação é ainda mais preocupante nas regiões da Marginal Tietê e do Parque Dom Pedro II, onde a qualidade do ar foi classificada como “muito ruim”.
Poluição em São Paulo: Entenda a Gravidade da Situação
Os índices de poluição do ar na Grande São Paulo nunca foram tão ruins em tantas estações de medição ao mesmo tempo, destacam os especialistas da Cetesb. Na última segunda-feira às 16h, 20 das 22 estações registraram qualidade do ar ruim ou muito ruim. Esse dado impressiona, especialmente considerando os avanços nas políticas públicas e a redistribuição das indústrias para outras partes do estado e do país nas últimas quatro décadas.
O que Está Causando a Piora da Qualidade do Ar em São Paulo?
Vários fatores colaboram para o aumento dos índices de poluição do ar em São Paulo:
- Queimadas: Poluentes das queimadas na região Centro-Oeste e interior do estado são carregados para a capital pelos ventos.
- Tempo seco: A baixa incidência de chuvas e uma onda de calor contribuem para a concentração de poluentes.
- Emissão de poluentes: Veículos e indústrias continuam emitindo partículas e gases, que se somam aos liberados nas queimadas.
Quais são os Principais Poluentes Monitorados em São Paulo?
Pelas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), os principais poluentes monitorados são:
- Dióxido de enxofre (SO2)
- Dióxido de nitrogênio (NO2)
- Monóxido de carbono (CO)
- Ozônio (O3)
- Partículas inaláveis (MP10)
- Partículas inaláveis finas (MP2,5)
As partículas inaláveis, especialmente as MP2,5, são as que mais preocupam os especialistas. Esses minúsculos poluentes podem afetar significativamente a saúde respiratória, especialmente para indivíduos com problemas crônicos, além de interferir na visibilidade atmosférica.
Como Minimizar os Efeitos da Poluição do Ar Sobre a Saúde?
Diante do cenário alarmante, a Cetesb e as secretarias da Saúde e do Meio Ambiente se reuniram com a Defesa Civil para adotar medidas de contingência. O governo paulista decidiu suspender temporariamente autorizações de queima no estado, incluindo despalha de cana, queima fitossanitária e manejo agrícola. Além disso, recomenda-se:
- Aumentar o consumo de água;
- Hidratar as narinas e os olhos com soro fisiológico;
- Evitar atividades físicas ao ar livre;
- Umidificar o ambiente com toalhas molhadas ou aparelhos umidificadores;
- Evitar permanecer em ambientes com aglomeração de pessoas;
Para aqueles que permanecem dentro de casa, a orientação é manter portas e janelas fechadas para reduzir a entrada de partículas. Em regiões de queimadas, é recomendável usar máscaras como N95, PFF2 ou P100 ao sair de casa, para reduzir a inalação de partículas.
Crianças menores de cinco anos, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades devem seguir as recomendações com atenção redobrada e buscar atendimento médico imediato caso apresentem sintomas respiratórios.
Este cenário exige atenção e ação rápida das autoridades e da população para mitigar os efeitos nocivos da poluição do ar, protegendo a saúde pública em um momento crítico.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)