A realidade da geração "Nem-Nem": Desigualdade na educação e emprego de jovens no Brasil A realidade da geração "Nem-Nem": Desigualdade na educação e emprego de jovens no Brasil
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A realidade da geração “Nem-Nem”: Desigualdade na educação e emprego de jovens no Brasil

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 11.09.2024 10:17 comentários
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A realidade da geração “Nem-Nem”: Desigualdade na educação e emprego de jovens no Brasil

O Brasil enfrenta um desafio com jovens que não estudam nem trabalham, conhecidos como "Nem-Nem".

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A realidade da geração “Nem-Nem”: Desigualdade na educação e emprego de jovens no Brasil
Créditos: depositphotos.com / IgorVetushko

Os jovens brasileiros entre 25 e 34 anos que não trabalham nem estudam — conhecidos como “nem-nem” — representam quase 1 em cada 4 (24%) no Brasil, conforme o estudo Education at a Glance 2024, divulgado na terça-feira, 10, pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Embora essa porcentagem tenha diminuído 5,4 pontos percentuais desde 2016, ainda é considerada alta.

Os dados da OCDE são mais preocupantes em comparação com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) da Educação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2022, que apontou 20% de jovens “nem-nem” na faixa etária dos 15 aos 29 anos. Nesse levantamento, os principais motivos para o abandono escolar incluem a necessidade de trabalhar, gravidez e tarefas domésticas.

Por que a situação dos “Nem-Nem” é preocupante?

A taxa de jovens brasileiros que não estudam nem trabalham é bem superior à média dos países da OCDE, que era de 13,8% em 2023. Especialistas afirmam que, para mitigar esse problema, é fundamental melhorar a qualidade do ensino básico e fortalecer a educação técnica/profissionalizante. No cenário atual, a desigualdade de gênero e a crise econômica têm agravado a situação.

Quais são as principais causas dos jovens “Nem-Nem”?

A pesquisa do IBGE revelou que, além da necessidade de trabalhar, muitos jovens abandonam a escola devido à gravidez e responsabilidades domésticas:

  • Necessidade de trabalhar: 40,2% dos jovens apontam esse motivo como prioritário.
  • Gravidez: Representa 22,4% dos motivos para o abandono escolar.
  • Tarefas domésticas: 10,3% indicam essa razão, afetando particularmente as mulheres.

A crise econômica de 2015-2016 e a pandemia a partir de 2020 também impactaram negativamente a oferta e a qualidade do emprego no Brasil.

Como melhorar a situação dos jovens “Nem-Nem”?

Para reduzir a taxa de jovens “nem-nem”, várias iniciativas podem ser adotadas:

  1. Melhoria da qualidade do ensino básico: Um salto na aprendizagem é crucial.
  2. Fortalecimento da educação técnica: Educadores devem promover cursos técnicos/profissionalizantes.
  3. Aumento das horas escola: Ampliar a oferta de ensino integral.
  4. Estimulação do pensamento crítico: Incentivar atividades “mão na massa” para preparar os jovens para a revolução tecnológica.

Quais são as consequências da falta de qualificação?

De acordo com o levantamento, a ausência de qualificação secundária superior reflete nas taxas de emprego. No Brasil, 64% das pessoas entre 25 e 34 anos sem ensino médio estão empregadas, comparado a 75% daqueles com ensino médio ou superior. Isso se assemelha às taxas dos países da OCDE, que são de 61% e 79%, respectivamente.

Adicionalmente, trabalhadores sem qualificação adequada recebem salários significativamente menores. No Brasil, 59% das pessoas de 25 a 64 anos com nível de escolaridade abaixo do ensino médio ganham metade ou menos da renda mediana, em comparação com 37% dos trabalhadores com ensino médio e 19% com nível superior.

A desigualdade de gênero afeta a empregabilidade?

O estudo da OCDE também destacou a desigualdade de empregabilidade entre mulheres e homens. Embora as mulheres obtenham melhores resultados educacionais, elas têm menor probabilidade de estarem empregadas em comparação aos homens. Em todos os países da OCDE, mulheres com idade entre 25 e 34 anos possuem uma maior probabilidade de ter uma qualificação de nível superior, mas enfrentam dificuldades no mercado de trabalho.

Por exemplo, no Brasil, apenas 44% das mulheres jovens com nível educacional abaixo do ensino médio estão empregadas, comparado a 80% dos homens. Mesmo entre os que têm ensino superior, há uma diferença no emprego: 85% das mulheres comparado a 92% dos homens.

Essa desigualdade também se reflete nos salários: enquanto as mulheres jovens com qualificação de nível superior na OCDE ganham em média 83% do salário de seus colegas homens, no Brasil esse número cai para 75%.

Impacto da alta proporção de jovens “Nem-Nem”

A alta proporção de jovens “nem-nem” no Brasil é alarmante e reflete não apenas desafios econômicos e sociais, mas também uma necessidade urgente de reformas na educação e políticas de emprego. Melhores oportunidades educacionais e de trabalho podem ajudar a reduzir a desigualdade e oferecer um futuro mais promissor para os jovens brasileiros.

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