Forças de Maduro cercam Embaixada da Argentina em Caracas
Segundo a oposição ao regime, homens encapuzados estão nos arredores do local, sob custódia do governo brasileiro
Forças de segurança do ditador Nicolás Maduro cercam a Embaixada da Argentina em Caracas desde a noite de sexta-feira, 6 de setembro. Segundo a oposição ao regime, homens encapuzados estão nos arredores do local, sob custódia do governo brasileiro.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram veículos das forças de segurança com as sirenes ligadas nos arredores do prédio. Seis dissidentes estão abrigados na embaixada e podem ser presos se deixarem o local.
“Patrulhas do Sebin (Serviço Nacional Bolivariano de Inteligência) e do DAET (Corpo Nacional Bolivariano de Polícia), juntamente com oficiais encapuzados e armados, cercam e sitiam a Residência Argentina em Caracas, sob custódia e proteção do governo brasileiro. 6 de setembro às 20h30 [horário local]”, afirmou Pedro Urruchurtu, coordenador internacional da líder opositora María Corina Machado, em publicação no X.
Omar Gonzalez Moreno, membro da direção nacional do partido Vente Venezuela, também está asilado no local e afirmou que a energia da embaixada foi cortada.
Magalli Meda, que foi gerente de campanha para a eleição presidencial, afirmou na manhã deste sábado, 7 de setembro, que o local continua cercado.
“O que vivemos é um Estado sem controle, sem lei, sem ordem, nem sequer no quadro do respeito internacional. Eu me pergunto como eles se comportam fora dessas fronteiras, como suas famílias vivem em outros países.”
O Itamaraty afirmou que, no momento, é foco garantir a segurança dos asilados na embaixada.
“O Brasil continua a representar os interesses da Argentina. Se a Venezuela quiser revogar a autorização, tem que esperar a definição de um país substituto. Enquanto isso, continuamos a assumir essa responsabilidade.”
Na sexta, o governo da Argentina emitiu um comunicado solicitando ao Tribunal Penal Internacional uma “ordem de prisão contra Maduro e outros líderes do regime venezuelano”.
“Dado o agravamento da situação na República Bolivariana da Venezuela desde 28 de julho passado e a prática de novos atos que podem ser considerados crimes contra a humanidade, a República Argentina insta o Procurador do Tribunal Penal Internacional a solicitar à Câmara de Questões Preliminares a emissão de mandados de prisão contra Nicolás Maduro e outros líderes do regime”, afirmou o pedido da chancelaria argentina.
Avança a repressão na Venezuela
O regime de Nicolás Maduro expediu um mandado de prisão contra seu ex-rival nas eleições de 28 de julho, o diplomata Edmundo González, na última segunda, 2 de setembro. Ele não se entregou às autoridades. A ordem de prisão se dá após González descumprir intimações da Procuradoria-Geral da República pela terceira vez em uma semana.
A procuradoria quer que o diplomata preste depoimento sobre a apuração paralela das eleições. Ainda no final de julho, a coalizão que apoiou a candidatura de González declarou vitória por quase 70% dos votos. O regime rejeita essa contagem e afirma que Maduro teria vencido com mais de 51,2%.
O diplomata é acusado de usurpação de funções, de forjar documentos públicos, de instigação à desobediência, conspiração, sabotagem a sistemas e associação criminosa. As acusações não têm fundamento.
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