Crusoé: o alerta de diretor da Anatel dos EUA sobre suspensão do X
No documento, Brendan Carr, diretor da FCC, critica o bloqueio da plataforma no Brasil. E, faz alertas sobre sequelas
Um diretor da agência de telecomunicações dos Estados Unidos enviou, nesta quinta, 5 de setembro, uma carta ao presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, sobre a suspensão do X no Brasil.
A informação foi primeiro noticiada pela Folha de S. Paulo.
No documento, Brendan Carr critica o bloqueio da plataforma no Brasil. E, faz alertas sobre sequelas.
“Essas ações punitivas —apoiadas publicamente pela administração Lula — já estão reverberando amplamente e abalando a confiança na estabilidade e previsibilidade dos mercados regulados no Brasil. Líderes empresariais dos EUA estão abertamente questionando se o Brasil está no caminho de se tornar um mercado ‘ininvestível’“, diz Carr.
O americano ainda pediu uma reunião com Baigorri e se ofereceu a vir ao Brasil para concretizá-la.
Carr é um dos cinco diretores da Federal Communications Commission (FCC) desde 2018.
O diretor cumpre seu segundo mandato de cinco anos até 2028, tendo sido indicado pelo presidente Donald Trump e reconduzido pelo atual mandatário, Joe Biden.
Starlink protestou, recuou e acatou ordem
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a provedora de internet Starlink suspendeu o acesso ao X.
A empresa de telecomunicações, que também é propriedade do bilionário Elon Musk, começou a derrubar a rede social a partir da noite de quarta, 4 de setembro, cinco dias após a ordem de bloqueio.
A suspensão do X na Starlink atingiu quase 224.500 pontos de acesso à internet.
A empresa de telecomunicações Starlink, do bilionário Elon Musk, anunciou nesta terça-feira, 3 de setembro, que cumprirá a ordem do ministro Alexandre de Moraes (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF) para bloquear o acesso ao X no Brasil.
A Starlink havia anunciado anteriormente que não acataria a decisão de Moraes.
Em tom de protesto, a empresa abre o comunicado, publicado no X, se dirigindo aos seus usuários como: “Para nossos clientes no Brasil (que podem não conseguir ler isto devido ao bloqueio de X por Alexandre de Moraes)”.
“O time da Starlink está fazendo todo o possível para mantê-los conectados. Após a decisão de Alexandre de Moraes que bloqueou os bens da Starlink e impede que a empresa faça transações financeiras no Brasil, começamos imediatamente os procedimentos legais no STF explicando a grande ilegalidade da determinação e pedindo para que a Corte desbloqueie nossos ativos”, acrescenta.
A Starlink teve seus recursos bloqueados por decisão de Moraes para garantir o pagamento de multas aplicadas ao X pela manutenção de perfis com ordem de suspensão. Dentre eles, está o do senador Marcos Do Val (Podemos-ES).
O fato do X descumprir a derrubada dessas contas, somada à ausência de representante legal no Brasil, foi o que levou à suspensão da plataforma em todo o país.
Multas quadruplicadas
No início de agosto, Moraes quadruplicou a multa diária à plataforma X por manter ativo o perfil do senador Marcos Do Val (Podemos-ES).
Moraes emitiu a ordem para desativar a conta em 8 de agosto, mas o despacho veio a público apenas ao ser divulgado por um perfil oficial da plataforma no dia 13.
A multa original era de R$ 50 mil por dia, o que somou R$ 400 mil desde o dia 8. Por desobediência à ordem, Moraes elevou a multa diária a R$ 200 mil a partir de 15 de agosto.
Até às 17h45 desta terça, 3 de setembro, o perfil de Do Val segue no ar.
Graças ao uso de VPN, tecnologia que altera o endereço dos computadores na internet, o senador segue publicando na plataforma apesar da derrubada da plataforma no Brasil.
Moraes determinou a suspensão para apurar ofensas do senador a integrantes da Polícia Federal.
Do Val compartilhou um vídeo de um dos filhos de um blogueiro bolsonarista alvo do inquérito das milícias digitais. No conteúdo, o jovem expõe o nome e a imagem de delegados da corporação.
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