O estudo foi liderado pelo professor Thorsten Schumm, da Universidade Técnica de Viena, e publicado na revista Nature em 4 de setembro. Esta descoberta representa um marco significativo no campo da física quântica e da medição do tempo.

Como Funciona o Relógio Nuclear?

Todo relógio possui um mecanismo que atua como cronômetro. Os relógios de alta precisão atuais geralmente usam a oscilação de ondas eletromagnéticas de um feixe de laser. No entanto, mesmo a frequência de um laser pode mudar ligeiramente ao longo do tempo, exigindo ajustes regulares.

“É por isso que, além do laser, você precisa de um sistema quântico que reaja de forma extremamente seletiva a uma frequência de laser muito específica”, explicou Schumm. Os relógios atômicos utilizam átomos de césio ou estrôncio para garantir que, se a frequência do laser mudar, os átomos deixem de ser excitados eficientemente, permitindo o reajuste do laser.

Por que o Núcleo de um Átomo é Mais Preciso?

Se o núcleo de um átomo pudesse ser utilizado da mesma maneira que os átomos em relógios atômicos, o relógio seria ainda mais preciso. Núcleos atômicos são muito menores que átomos e, por isso, reagem menos a perturbações externas. Isso potencialmente aumenta a precisão das medições de tempo.

“Nosso objetivo era desenvolver uma nova tecnologia. Uma vez que ela está lá, o aumento na qualidade vem naturalmente, esse sempre foi o caso”, disse Schumm. Assim como os primeiros carros trouxeram uma revolução no transporte, o relógio nuclear tem o potencial de transformar a ciência da medida do tempo.

O desenvolvimento do relógio nuclear representa um avanço significativo e nos aproxima de uma nova era de medições ultrafinas. A comunidade científica aguarda ansiosamente pelas promissoras melhorias que este novo conceito trará nos próximos anos.