O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD; foto), afirmou na sexta-feira, 23 de agosto, que não será pressionado a abrir um processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Pacheco defendeu “prudência” na análise dos pedidos para evitar o que chamou de “esculhambação” do país.

A declaração foi feita durante evento na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte.

“Vou ter muita prudência em relação a esse tipo de tema para não permitir que esse país vire uma esculhambação de quem quer acabar com ele. Tenho responsabilidade com meu cargo”, afirmou.

“Qualquer medida drástica de ruptura entre Poderes nesse momento afeta a economia do Brasil”, acrescentou. 

Ele afirmou ainda:

“É incrível que esses mesmos que pedem impeachment de ministro do STF se calaram durante oito meses, depois de eu ter aprovado no Senado essa PEC das decisões monocráticas. Como se pretendessem não a solução do problema de limitar Poderes institucionais, mas que pretendessem a lacração em rede social, pautado no desequilíbrio e medidas de ruptura.”

Como mostramos, deputados e senadores da oposição deram início ao recolhimento de assinaturas para a apresentação de uma denúncia por crime de responsabilidade contra Alexandre de Moraes. A movimentação acontece após o escândalo apelidado por O Antagonista de Vaza Toga.

Levantamento feito por integrantes da oposição ao governo Lula até a última quinta-feira aponta que pelo menos 134 deputados federais já assinaram o pedido de impeachment.

A movimentação ocorre após uma série de reportagens publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo revelar que um auxiliar de Moraes no gabinete do STF pediu, de forma não oficial, a produção de relatórios de investigação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para embasar decisões no chamado inquérito das fake news, instaurado pela Corte para apurar ataques a ministros.

O senador Alessandro Vieira, do MDB, disse em entrevista ao Papo Antagonista acreditar que Rodrigo Pacheco vai engavetar o pedido de impeachment do ministro do STF.

“É apenas uma jogada política, com objetivo de narrativa eleitoral. A gente sabe que um pedido de impeachment precisa da decisão do presidente da Casa [para avançar]. No caso, o senador Rodrigo Pacheco. Eu tenho absoluta convicção de que, em qualquer circunstância, a resposta do senador Rodrigo vai ser o engavetamento da proposta, para fazer companhia a, salvo engano, a 50 ou 60 outros pedidos que já estão lá engavetados”, afirmou Vieira.