Tabata pega o código de Marçal
Deputada federal já tinha conseguido expor os limites do ex-coach com apenas duas perguntas no primeiro debate na capital paulista, e, até agora, se apresenta como a única disposta a enfrentá-lo frente a frente
Pablo Marçal (PRTB) se notabilizou por bordões como “pegou o código?” quando se orgulhava de atuar como coach — hoje, o candidato à Prefeitura de São Paulo rejeita a alcunha de motivador. Grande destaque das eleições municipais deste ano, pelos discursos agressivos e chamativos contra os adversários, Marçal conseguiu espantar três dos principais concorrentes dos debates, e uma das candidatas se sobressaiu ao topar o embate.
Já no primeiro debate desta campanha, a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) tinha conseguido expor os limites de Marçal com apenas duas perguntas. Com uma delas, mostrou que o adversário não conhece os assuntos da capital paulista; a outra jogou luz sobre o passado do ex-coach, que foi condenado por esquema de fraudes bancárias. Ela não evitou Marçal em nenhum debate até agora, ao contrário do que calculam fazer outros concorrentes.
Leia também: A piada virou pesadelo, mas a noite ainda não acabou
Nesta sexta-feira, 23, Tabata divulgou um vídeo em que emula o estilo de Marçal, com referência a vídeo publicado por ele na pré-campanha, para falar mais um pouco sobre o passado do adversário.
O que diz o vídeo de Tabata?
A mensagem publicada por ela lembra que “Renato Cariani é muito amigo do Pablo Marçal”, acrescentando que “ele é réu por tráfico de drogas, suspeito de abastecer o PCC”.
“O maior aliado político do Marçal é Leonardo Avalanche, presidente do partido dele. O cara que bancou o Marçal como candidato. O Avalanche foi gravado confessando que foi ele que soltou André do Rap, um dos líderes do PCC. Ele também admitiu que tem ligação com outro líder do PCC, o Piauí, que é irmão do Valquito, que foi fotografado em Paraisópolis advinha com quem? Pablo Marçal. Quem também anda junto com Pablo… Escobar. Escobar e o sócio dele Júlio César Pereira, vulgo Gordão, estão sendo investigados por trocar carros de luxo por cocaína em um esquema com Francisco Chagas de Souza, conhecido como ‘Coringa’, preso por ligação com o PCC. Tem uma figura que liga todos esses elementos”, diz Tabata, mostrando uma foto de Marçal, na qual ele faz alusão ao uso de cocaína, para acusar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).
“Tem uma coisa que todos eles fazem”, acrescenta a deputada, formando um “M”, símbolo de Marçal, com todas as fotos que expôs no vídeo, e completando: “Eu não vou permitir que a nossa cidade caia na mão dessa gente”.
Entrando no jogo
Tabata não passa do quarto lugar nas pesquisas sobre a corrida pela Prefeitura de São Paulo divulgadas nesta semana, atrás de Marçal, do prefeito Ricardo Nunes (MDB), do deputado federal Boulos e até do apresentador José Luiz Datena (PSDB) em alguns cenários.
Sua reação a Marçal, que já vem desde a pré-campanha, pode não ser o bastante para frear o fenômeno eleitoral que se apresentou na capital paulista, até porque o ex-coach já desenvolveu uma musculatura considerável nas redes sociais, mas é muito mais do que qualquer dos pleiteantes à Prefeitura paulistana conseguiu — ou mesmo tentou — fazer até agora. E abre um horizonte na campanha.
Leia mais: Bolsonaro é um cabo eleitoral ruim ou Nunes é um produto complicado?
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)