Após cobrança de Leite, Lula edita MP para os produtores do RS
Montante será usado para cobrir o desconto dado pelos bancos em empréstimos tomados antes da tragédia das chuvas que afetou o estado
O governo do presidente Lula (PT) editou uma medida provisória (MP) nesta quinta-feira, 22, que libera R$ 1,97 bilhão para abater dívidas de produtores rurais do Rio Grande do Sul. A expectativa é de que o montante seja usado para cobrir o desconto dado pelos bancos em empréstimos tomados antes da tragédia das chuvas que afetou o estado neste ano.
Antes disso, o Executivo já havia autorizado bancos, cooperativas e outras instituições a concederem descontos, nas parcelas de 2024, dos empréstimos contratados por esses produtores – desde que os contratos fossem anteriores à chuva.
Agora, o crédito extraordinário aberto pela MP vai cobrir esses descontos, complementando o valor pago pelos produtores aos credores desses empréstimos. O abatimento vale apenas para produtores que tiveram perdido ao menos 30% de suas safras em razão das chuvas.
Os produtores rurais gaúchos têm até o dia 10 de setembro para solicitar os descontos e renegociações nas instituições financeiras – o prazo consta em um decreto do Ministério da Agricultura, publicado já neste mês.
Críticas do governador
A edição da MP para atender os produtores por parte do governo Lula acontece dias após o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), reclamar publicamente da demora na liberação dos recursos prometidos ao estado.
“Tem um descompasso entre o apoio que é anunciado e apoio que se está efetivando lá na ponta. É isso que a gente demanda. Eu não faço a crítica para que seja o governo fustigado. Eu faço a crítica para que ajustem, melhorem e aprimorem. E entreguem, portanto, à população o que eles mesmos propuseram”, declarou o tucano.
Leite afirmou que continuam as divergências com o governo federal, mas que a conversa com Lula foi “boa”, que tomou notas dos relatos apresentados nesta quarta-feira.
“Eu faço um agradecimento, mas eu não deixo de demandar, não deixo de reclamar, não deixo de criticar se for o caso. Entendo que é o meu papel como governador fazer isso, diante de um estado que enfrentou grave calamidade, precisa de todo o apoio, teve apoio está tendo o apoio”, afirmou o governador.
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