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Quando a população brasileira vai começar a diminuir

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Gustavo Roque
4 minutos de leitura 22.08.2024 12:06 comentários
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Quando a população brasileira vai começar a diminuir

Estimativas indicam que o Brasil alcançará o pico populacional em 2041, seguido por uma gradual diminuição até 2070

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Quando a população brasileira vai começar a diminuir
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

De acordo com as mais recentes projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do Brasil começará a diminuir a partir de 2042. Em 2041, o país deverá alcançar seu pico populacional, com 220,43 milhões de habitantes. A partir daí, o número de brasileiros começará a declinar lentamente, marcando o início de uma nova fase na demografia nacional.

Essa inversão na curva de crescimento populacional é consequência direta da redução na taxa de aumento populacional, que em 2024 deve ser de aproximadamente 0,4%. Essa taxa deve continuar diminuindo até 2041, quando o país atingirá seu ápice demográfico.

A partir de 2042, a população começará a encolher a uma taxa anual crescente, que deve atingir cerca de 0,7% ao ano até 2070, momento em que o Brasil terá aproximadamente 199,23 milhões de habitantes.

Estados com população em declínio

Embora a previsão seja de declínio populacional para todo o país a partir de 2042, alguns estados brasileiros já começarão a ver suas populações diminuírem antes mesmo disso.

Alagoas e Rio Grande do Sul, por exemplo, devem enfrentar essa realidade já em 2027, seguidos pelo Rio de Janeiro em 2028. Por outro lado, estados como Roraima e Santa Catarina conseguirão sustentar um crescimento populacional até a década de 2060. Mato Grosso, segundo as projeções do IBGE, deverá continuar a crescer pelo menos até 2070.

Essas projeções revisadas do IBGE atualizam estimativas anteriores que previam o início do declínio populacional brasileiro apenas em 2048, com um pico de 233,23 milhões de habitantes em 2047.

As novas estimativas refletem ajustes baseados nos resultados do Censo de 2022, pesquisas pós-enumeração, e registros vitais de nascimentos e óbitos, além de considerarem os impactos da pandemia de Covid.

A fecundidade em queda

Um dos principais fatores por trás da diminuição populacional é a queda contínua da taxa de fecundidade entre as mulheres brasileiras.

Em 2023, essa taxa foi estimada em 1,57 filho por mulher, um número bem abaixo da taxa de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher. Em 2000, a taxa de fecundidade no Brasil era de 2,32 filhos por mulher, um valor que indicava a continuidade do crescimento populacional. No entanto, essa taxa tem caído consistentemente ao longo dos anos, refletindo mudanças profundas no comportamento reprodutivo da população.

Além da queda na fecundidade, o Brasil também tem observado um aumento na idade média das mulheres ao terem seus primeiros filhos. Em 2000, essa média era de 25,3 anos, enquanto em 2020 já havia subido para 27,7 anos.

As projeções indicam que, em 2070, a idade média para a maternidade no Brasil será de 31,3 anos. Essa tendência reflete o adiamento da maternidade por razões sociais e econômicas, além de uma maior participação das mulheres no mercado de trabalho e na educação superior.

Futuro demográfico do Brasil

Com a redução do número de nascimentos, que passou de 3,6 milhões em 2000 para 2,6 milhões em 2022, e a previsão de que alcance apenas 1,5 milhão em 2070, o Brasil enfrenta um futuro demográfico de grandes desafios.

As implicações desse declínio populacional serão vastas, impactando desde a economia até as políticas sociais e de saúde pública. O país precisará se adaptar a essa nova realidade, repensando estratégias para lidar com uma população que, além de menor, será significativamente mais envelhecida.

Leia também em Crusoé: Contrato entre gerações

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