O preço do metal chegou a 2.531 dólares por onça troy no pregão da terça-feira, 21, elevando os ganhos do ouro para mais de 22% no ano. O movimento está sendo impulsionado por compras de investidores institucionais e apostas otimistas de gestores de fundos internacionais.

A expectativa de que o FED (Federal Reserve) pode começar a cortar os juros na próxima reunião do Fomc (Comitê Federal do Mercado Aberto, na sigla em inglês) em setembro tem ajudado a fazer o preço do metal alcançar preços recordes na semana.

De acordo com o Financial Times citando dados World Gold Council, as holdings de ETFs de ouro com lastro físico subiram em 90,4 toneladas o estoque de metal precioso desde maio, o equivalente a 7,3 bilhões de dólares.

O movimento é parte do que parece ser o início de uma recalibragem dos investidores ocidentais nos negócios com o metal precioso, após um rali de 20 meses do ouroturbinado por investidores chineses que recorreram ao metal como refúgio do caos em seus mercados acionários e imobiliários locais.

As apostas otimistas em ouro no mercado futuro de Chicago, o principal referencial de futuros de ouro usado por investidores ocidentais, atingiram um novo recorde pós-Covid, adicionando mais de 100 toneladas na semana encerrada em 13 de agosto, de acordo com dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA.

O mercado futuro é usado principalmente por hedge funds e traders especulativos, enquanto os ETFs são mais populares na América do Norte e Europa como forma para investidores institucionais e de varejo obterem exposição ao ouro em barra.

Desde o final de 2022, o ouro tem observado um grande rali sustentado por bancos centrais de mercados emergentes buscando diversificar as reservas do dólar, além da enorme demanda de investidores chineses.

Mas o impulso mais recente de cerca de 2.300 dólares por onça troy em junho para novos recordes histórico, parece ter sido impulsionado por compradores dos EUA e da Europa se posicionando para menores custos de empréstimos.

Custos de empréstimos mais baixos tendem a aumentar a atração pelo metal, que não rende juros, em relação a ativos como títulos. Além disso, investidores financeiros também recorreram ao ouro como ativo de refúgio em meio a crescentes preocupações com altos níveis de dívida pública e instabilidade geopolítica.

A demanda na Índia também disparou nas últimas semanas, devido às compras tradicionais para o festival de Diwali e a um corte nas tarifas de importação que entrou em vigor no mês passado.