Na noite de 19 de agosto de 2024, o Sport Club Corinthians Paulista lançou uma nota oficial, manifestando espanto diante das alegações de que jogadores do time teriam sido contratados com o auxílio de integrantes do crime organizado. O clube prontamente destacou que tais contratações ocorreram antes da atual gestão e se colocou à disposição das autoridades para colaborar na investigação do caso.

“A diretoria do Sport Club Corinthians Paulista recebeu, com enorme surpresa, a notícia da possibilidade de atletas supostamente agenciados por integrantes do crime organizado terem formalizado contratos com o clube.

É de se ressaltar que, de acordo com o conteúdo das matérias veiculadas, tais contratos teriam sido celebrados anteriormente à gestão atual.

O Corinthians, mais uma vez, se coloca à disposição para fornecer quaisquer documentos que as autoridades reputem importantes e, também, prestar qualquer esclarecimento necessário à completa apuração dos fatos.“

Essa resposta foi provocada por uma reportagem do site “Metrópoles”, que revelou uma apuração do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Segundo a matéria, há uma suspeita de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria financiando as contratações de jogadores da equipe alvinegra. Com a investigação em andamento, muitos detalhes ainda estão emergindo.

Corinthians e a Possível Ligação com o PCC: Há Evidências Suficientes?

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) está investigando se as contratações de alguns jogadores foram feitas de forma legal ou com recursos provenientes do tráfico de drogas gerido pelo PCC. De acordo com o MPSP, essa investigação começou após uma delação em março de 2023, que apontou o envolvimento de Rafael Maeda Pires, conhecido como “Japonês” e suposto integrante do PCC, na intermediação de contratações.

As investigações se voltaram para contratações específicas, como a de Du Queiroz e Igor Formiga, evidenciadas em troca de mensagens de WhatsApp datadas de 2021. A situação ganhou mais complexidade quando “Japonês” foi encontrado morto em maio de 2023, na Zona Leste de São Paulo, levantando ainda mais suspeitas.

Não é uma prática isolada; inquéritos anteriores identificaram que o PCC também tenta se infiltrar em outros setores, como transporte público e contratos de serviços com prefeituras. O objetivo parece ser sempre o mesmo: utilizar negócios legítimos para lavar dinheiro ilegal.

O Que Dizem os Dirigentes e Denunciantes do Clube?

Até o momento, não há provas concretas que liguem diretamente o atual presidente do Corinthians, Augusto Melo, ao PCC. No entanto, pessoas próximas a ele estão sendo investigadas. A denúncia inicial foi feita pelo ex-diretor de futebol, Rubens Gomes, o Rubão, e corroborada por outras fontes internas.

A investigação, que envolve a análise minuciosa de registros bancários de indivíduos e empresas ligadas ao caso, ainda não foi concluída. Espera-se que o inquérito finalize até o final de 2024, enquanto isso, o clube continua a cooperar com as autoridades.

Quais Outras Portas o PCC Pode Ter Utilizado para Entrar no Corinthians?

Além das contratações de jogadores, há suspeitas de que o PCC possa ter utilizado casas de apostas, torcidas organizadas e serviços de segurança como canais de entrada no clube. A direção do Corinthians reafirma seu compromisso com a transparência e a colaboração com as investigações em andamento.

Enquanto isso, a situação deixa a torcida e o mundo do futebol brasileiro em estado de alerta. O resultado dessa investigação poderá não só impactar o futuro do Corinthians, mas também levantar importantes questões sobre a segurança e integridade do esporte no Brasil.