Nada não considera que astronautas estão presos em estação espacial
O que era para ser uma missão de oito dias se transformou em uma estadia de oito meses para dois astronautas
Quando a astronauta Sunita Williams e seu colega Barry Eugene Wilmore embarcaram na missão à Estação Espacial Internacional (ISS) em junho, eles esperavam uma estadia de apenas oito dias. Contudo, um problema inesperado com o sistema de propulsão da cápsula Starliner da Boeing transformou o que seria uma curta missão em uma prolongada permanência de meses, alimentando questionamentos sobre se eles estão, de fato, “presos” no espaço, informou reportagem do jornal americano The New York Times.
O voo de teste da Starliner, inicialmente projetado para ser uma breve missão, enfrentou sérios desafios quando o sistema de propulsão apresentou falhas. Com cinco dos 28 propulsores da cápsula apresentando mau funcionamento durante a aproximação à ISS, as preocupações sobre a segurança dos astronautas aumentaram.
Embora quatro dos propulsores tenham sido reativados e a acoplagem à estação tenha ocorrido com sucesso, a incerteza sobre a confiabilidade da cápsula no retorno à Terra colocou a Nasa e a Boeing em alerta.
Delian Asparouhov, fundador da Varda Space Industries, comparou a situação a um longo e inesperado atraso em um aeroporto, sugerindo que, para muitos, a permanência prolongada qualificaria os astronautas como “presos”. No entanto, para aqueles acostumados aos rigores do espaço, esse tempo adicional pode não ser tão oneroso quanto parece.
Situação dos astronautas
Apesar das preocupações levantadas por especialistas e o público, os próprios astronautas parecem relativamente tranquilos com a situação. Em uma entrevista coletiva, Sunita Williams comentou que sua experiência anterior na ISS a faz sentir como se estivesse voltando para casa, indicando que o ambiente espacial, embora desafiador, é familiar para ela.
Por outro lado, a Nasa enfrenta uma decisão crítica sobre como trazer os astronautas de volta em segurança. Caso os problemas de propulsão da Starliner sejam considerados um risco inaceitável, a agência poderá optar por usar a Crew Dragon, da SpaceX, para o retorno dos astronautas, embora isso implique em uma reorganização logística na ISS.
Implicações para o programa espacial
A situação atual também levanta preocupações sobre o impacto que essa missão prolongada pode ter no histórico da Starliner, um projeto já marcado por atrasos e contratempos técnicos. Enquanto a NASA e a Boeing tentam minimizar o uso do termo “preso”, especialistas como Lori Garver, ex-administradora adjunta da NASA, sugerem que a linguagem usada pelos repórteres pode ser exagerada, embora compreensível no contexto midiático.
Por outro lado, os engenheiros continuam a investigar as causas dos problemas no sistema de propulsão. Testes em solo sugerem que uma vedação de teflon deformada pode ter sido a causa inicial do mau funcionamento. Curiosamente, os testes subsequentes em órbita mostraram um desempenho quase normal dos propulsores, levantando novas questões sobre a verdadeira origem do problema.
Joseph Fragola, especialista em segurança aeroespacial, levantou a hipótese de que um desequilíbrio nos propelentes poderia ter causado um acúmulo de resíduos nos propulsores, o que explicaria o desempenho inconsistente. Se essa teoria estiver correta, a situação poderia representar um risco significativo, com possibilidade de explosão durante a reentrada.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)