Na próxima segunda-feira (19), teremos a chance de observar um dos eventos mais aguardados pelos amantes da astronomia: a lua cheia de agosto. Muitas denominações têm sido usadas para se referir a esse fenômeno, como “Superlua” e até “Lua Azul”. Mas será que essas definições estão corretas? Vamos entender melhor o que está por trás dessas nomenclaturas.

Antes de mais nada, é fundamental compreender os conceitos de Superlua e Lua Azul. A curiosidade em relação ao céu noturno sempre movimenta debates, desde aqueles que simplesmente apreciam a beleza do satélite natural, até os mais aficionados pela ciência astronômica.

O que é uma Superlua?

Superlua é um termo que ganhou notoriedade nos últimos anos, mas nem todos sabem exatamente do que se trata. De forma simplificada, uma Superlua ocorre quando a lua cheia coincide ou está muito próxima do ponto mais próximo da Terra em sua órbita, conhecido como perigeu. Esse evento faz com que a lua pareça maior e mais brilhante no céu.

Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon), explica que o termo não é aceito oficialmente pela União Astronômica Internacional (IAU). “Na astronomia, sua utilização é recente e tem se mostrado uma boa forma de popularizar a ciência, mas muita gente ainda ‘torce o nariz’ para o termo, por considerá-lo um nome mercadológico para ‘vender’ a Lua Cheia no perigeu”, comenta.

Luas de agosto e novembro são Superluas?

No calendário de 2024, apenas as luas cheias de setembro e outubro se enquadram tecnicamente como Superluas. Em setembro, o fenômeno ocorrerá na noite do dia 17 para o dia 18, enquanto em outubro será entre os dias 16 e 17. Em contraste, as luas de agosto e novembro ficam fora dessa classificação, pois o perigeu ocorre mais de 24 horas antes ou depois da fase cheia.

Em agosto, por exemplo, a lua atinge o perigeu mais de 30 horas depois de ficar completamente cheia. Portanto, embora o astro continue brilhando intensamente no céu, não pode ser oficialmente chamado de Superlua. Da mesma forma, em novembro o perigeu lunar ocorre quase 34 horas após a lua atingir sua fase cheia.

O que é uma Lua Azul?

O termo Lua Azul também gera muita confusão entre os curiosos. Diferente do que o nome sugere, a lua não fica azul de fato. O que acontece é que, em algumas ocasiões, a lua cheia ocorre duas vezes no mesmo mês ou é a terceira de quatro luas cheias em uma estação, uma situação conhecida como Lua Azul sazonal. Essa segunda definição é a que se aplica à lua cheia de agosto deste ano.

A Lua Azul sazonal é relativamente rara, ocorrendo uma vez a cada dois ou três anos. Este ano, a próxima Lua Azul sazonal será no dia 19 de agosto, seguida por outras em 20 de maio de 2027 e 24 de agosto de 2029.

A Lua muda de cor durante a Lua Azul?

Apesar de todo o charme em torno do nome, a cor da lua raramente muda durante uma Lua Azul. Em algumas ocasiões, fatores ambientais como partículas de poeira ou fumaça podem alterar a aparência do satélite, fazendo-o parecer levemente azulado, mas isso não é algo específico desse fenômeno e pode ocorrer em qualquer lua cheia do ano.

Por que esses fenômenos são importantes?

A observação de fenômenos como a Superlua e a Lua Azul é uma excelente porta de entrada para a popularização da ciência astronômica. Esses eventos permitem que curiosos e estudiosos se conectem com o cosmos de maneira acessível e fascinante. Além disso, são ótimas oportunidades para registros fotográficos impressionantes e para aumentar a conscientização sobre a importância da astronomia.

• A Superlua acontece quando a lua está no perigeu e cheia.

• Agosto não terá uma Superlua, pois o perigeu ocorre mais de 24h após a fase cheia.

• Lua Azul é a terceira lua cheia de quatro em uma estação ou a segunda lua cheia em um mês.

• O fenômeno raro da Lua Azul sazonal ocorre a cada dois ou três anos.

Portanto, ao olhar para o céu em noites especiais como essas, você estará não só admirando um belo espetáculo natural, mas também participando de um momento de aprendizado e conexão com o universo que nos rodeia.