PF prende ex-diretor da Petrobras Renato Duque
Renato Duque é um dos personagens centrais da Lava Jato e um dos primeiros a ser condenado pelo ex-juiz Sergio Moro
A Polícia Federal prendeu neste sábado, 17 de agosto, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque (foto) em Volta Redonda, no Rio de Janeiro.
Ele deverá cumprir uma pena de 39 anos de prisão em regime fechado. A pena se refere a condenações pelos crimes de corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava Jato.
Renato Duque chegou a ficar preso durante cinco anos no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, mas foi liberado após fazer um acordo para uso de tornozeleira eletrônica.
A Justiça Federal de Curitiba expediu o mandado de prisão do ex-diretor da Petrobras em 18 de julho. Desde então, ele não tinha sido encontrado.
As penas de Duque totalizavam 45 anos, 9 meses e 19 dias de reclusão. Após considerar o tempo já cumprido de cinco anos, além da remição por atividades na prisão, a pena foi recalculada para 39 anos, 2 meses e 20 dias.
Renato Duque é um dos personagens centrais da Lava Jato e um dos primeiros a ser condenado pelo ex-juiz Sergio Moro. A primeira condenação dele ocorreu em 2015, durante a 10ª fase da operação. Na época, ele respondeu pelo crime de associação criminosa e teve uma pena estabelecida em 20 anos e 8 meses de prisão.
“Vantagem no negócio”
Em depoimento prestado em 2019, Duque admitiu ao então juiz da Lava Jato Luiz Antonio Bonat que José Janene (PP) queria 5% dos contratos da Petrobras, mas o percentual era impraticável. Ele também relatou a atuação dos operadores de José Dirceu, que, segundo ele, também se beneficiou com propina desviada da estatal.
Em outro depoimento, ele admitiu ainda que ficou com parte da propina que “iria para o PT”.
“Quando a diretoria aprova a locação, conversando novamente com o [João] Vaccari [ex-tesoureiro do PT], ele me diz que não achava justo, razoável, que eu não levasse nenhuma vantagem no negócio”, disse Duque.
“Ele [Vaccari] falou: ‘Olha, eu não acho justo, porque você sempre ajudou o partido, você não fez com que o processo emperrasse’. Eu aceitei, falei: ‘Aceito, você está querendo me oferecer um milhão e meio, dinheiro que iria pro PT, eu aceito’.”
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