O cinismo de Lula parece não ter mesmo cura O cinismo de Lula parece não ter mesmo cura
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O cinismo de Lula parece não ter mesmo cura

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Carlos Graieb
2 minutos de leitura 13.08.2024 17:43 comentários
Análise

O cinismo de Lula parece não ter mesmo cura

Brasil deveria desenhar propostas de transição para a Venezuela em vez de falar em "segundo turno" de eleições

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Carlos Graieb
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O cinismo de Lula parece não ter mesmo cura
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O Antagonista registrou nesta terça-feira, 13, que Lula cogita propor “uma espécie de segundo turno” para a Venezuela.  

Como bem observou este site, seria uma oportunidade para Nicolás Maduro roubar de novo as eleições, mas com melhor planejamento.  

O cinismo do presidente brasileiro parece ser mesmo sem cura. E brilha ainda com mais força quando se leva em conta que ele não é ignorante em relação a processos de transição democrática: foi um dos maiores beneficiários daquele que aconteceu no Brasil.  

Todos que prezam de verdade a democracia e têm algum poder de influência na Venezuela – como Lula – deveriam ter uma única palavra em mente.  

Transição. Transição. Transição.  

O melhor incentivo para que Maduro largue o osso pode estar em gestação nos Estados Unidos: garantir imunidade a ele e seus esbirros, caso deixem o poder.

Uma reportagem sobre o assunto foi publicada no sábado pelo The Wall Street Journal. A Casa Branca divulgou um desmentido, mas o fato é que o jornal pôs o dedo na ferida: Maduro só deixará o seu bunker bolivariano se achar que não irá será punido.  

A oposição venezuelana, que venceu as eleições em 28 de julho, também já fez acenos nesse sentido. Falou em “transição negociada” e em “garantia, salvo-conduto e incentivos” para que Maduro saia.  

O ditador rechaçou a ideia, é óbvio. Mas o governo Lula – mesmo sem citar a oposição ou os Estados Unidos, para não melindrar o estúpido Maduro – deveria ter aproveitado a deixa.  

Sim, o Brasil tem um exemplo histórico a oferecer. 

Foi um processo demorado, é verdade: começou com a Lei da Anistia, em 1979, e só se consumou de verdade com a Constituição de 1988 e a retomada das eleições diretas para presidente, no ano seguinte.  

A Venezuela não parece dispor de todo esse tempo. Mas qualquer fórmula de transição seria menos traumática que as alternativas: o aprofundamento da repressão, para os venezuelanos, ou uma queda violenta, para Maduro e sua grei.  

Numa negociação desse tipo, um país como o Brasil teria muito a oferecer.  

Falar em “segundo turno”, por outro lado, nada mais é que um forma velhaca de relegitimar um ditador. 

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Carlos Graieb

Carlos Graieb é jornalista formado em Direito, editor sênior do portal O Antagonista e da revista Crusoé. Atuou em veículos como Estadão e Veja. Foi secretário de comunicação do Estado de São Paulo (2017-2018). Cursa a pós-graduação em Filosofia do Direito, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

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