Crusoé: Robert Kennedy pode ficar fora das eleições americanas
Candidato independente nas eleições americanas, Robert Kennedy Jr. não comprovou que mora em Nova York. Decisão pode afetar outros estados
Robert Kennedy Jr. (foto), o candidato independente mais bem colocado nas pesquisas a presidente dos Estados Unidos, teve seu direito de concorrer negado em Nova York, um dos mais populosos e representativos do país. A decisão, tomada nesta segunda-feira, 12, por uma juíza local, pode colocar em risco toda a campanha da “terceira via” no país.
Kennedy, que nasceu em Washington, alegou viver nos arredores da cidade de Nova York para garantir que seu nome apareceria na urna daquele estado. As evidências que ele apresentou, no entanto, não convenceram a justiça eleitoral: ele alugaria uma casa de uma amiga, por um valor módico de cerca de 500 dólares ao mês, mas nenhum dos dois conseguiu apresentar o contrato de locação. Para piorar, Kennedy disse estar ligado ao estado desde a infância — mas ele, nascido em Washington, hoje vive na Califórnia com sua esposa, que é atriz.
A juíza Christina Ryba negou o direito que ele aparecesse nas urnas do estado por considerar que sua tentativa de se cadastrar como “nova-iorquino” teria apenas intenções eleitorais. “Dada a aparência e o tamanho do quarto mostrado em fotos e aceitos como evidência, este juízo entende que o testemunho de Kennedy, de que ele pretende retornar para um quarto com sua esposa, membros da família, diversos animais e todos os seus pertences pessoais como altamente improvável, para não dizer absurdo”, escreveu Christina em sua decisão.
Robert Kennedy Jr. indicou que vai recorrer do caso — e culpou os democratas pela decisão. “A Convenção Nacional Democrata se tornou um partido que usa do lawfare no lugar do processo eleitoral democrático”, escreveu o candidato independente (e ex-democrata). “Iremos recorrer e iremos vencer.”
Mas as suas chances de eleição, que eram diminutas, agora ficam ainda mais estreitas. Primeiro porque Nova Iorque, por ser um dos estados mais populosos do país, tem um dos maiores números de votos no colégio eleitoral (são 29, atrás apenas dos 40 do Texas e dos 54 da Califórnia).
Mais perigoso ainda é o risco de que a decisão, se mantida em instâncias superiores, leve a impugnações em outros estados — já que, na eleição americana, as candidaturas são individualizadas por estados.
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