Crusoé: Acidente com avião em SP pode ter sido “parafuso chato”
Segundo Ivan Sant'Anna, colunista da revista e analista de aviação, esse tipo de acidente acontece quando ocorre o congelamento dos comandos
A queda do avião ATR 72500 da Voepass com 62 pessoas em Vinhedo (foto), interior de São Paulo, provavelmente foi um “parafuso chato“.
Segundo o colunista de Crusoé e analista de aviação Ivan Sant’Anna, o parafuso chato se dá quando ocorre o congelamento dos comandos.
Nessa situação, o piloto automático é desligado.
Quem deve assumir a aeronave, então, é o piloto.
Contudo, se o comando está congelado, não há nada a fazer.
“No parafuso chato, o avião cai sem nenhuma ou quase nenhuma velocidade horizontal. Essa manobra deve ter sido causada por uma formação de gelo, que congelou os comandos“, diz Sant’Anna. “Esse é um dos incidentes mais temidos pelos pilotos, porque é quase impossível sair de um parafuso chato.“
As formações de gelo dentro das nuvens em altas atitudes aparecem em cor vermelha nos radares meteorológicos de bordo e devem ser evitadas pelos pilotos.
Eles podem passar ao lado dessas nuvens, por cima ou por baixo.
Por alguma razão, contudo, não foi possível contornar essas formações.
“A causa provável desse acidente é o parafuso chato, mas a causa certa só saberemos quando analisarem as caixas pretas“, diz Sant’Anna.
Risco de falha humana
Sant’Anna acredita que há uma grande chance de o acidente ter sido causado por falha humana.
“Não posso dizer com 100% de certeza, mas temos 95% de chance de ter sido causado por falha humana“, afirma.
“Não conheço nenhum caso de parafuso chato em que tenha sobrevivido alguém“, diz.
Como publicamos mais cedo, as prefeituras de Vinhedo, onde o avião caiu, e Valinhos, a cidade vizinha, informaram que não há sobreviventes entre as 62 pessoas que estavam a bordo do voo, 58 passageiros e quatro tripulantes.
O voo da companhia aérea Voepass, novo nome da Passaredo, havia saído de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos.
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