Crusoé: A pedra no sapato de Tim Walz
Há um ponto que republicanos devem atacar o novo vice na chapa de Kamala Harris. Tema é de difícil defesa mesmo para ala mais progressista do partido
Um dia após ter sido formalmente apresentado como o nome a vice-presidente na chapa de Kamala Harris, o governador de Minnesota Tim Walz (foto) deu entrevistas, subiu ao palco com a atual vice-presidente e foi alvo das primeiras críticas do candidato republicano, Donald Trump, e do seu candidato a vice, J.D. Vance. Um dos pontos fracos de Walz será explorado à exaustão por republicanos: a sua atuação em maio de 2020 durante a morte de George Floyd, ocorrida em Minneapolis.
A morte do homem negro de 47 anos, sufocado por uma ação policial truculenta em Minneapolis, motivou protestos mundiais contra a brutalidade da polícia e uma reforma na legislação americana sobre desigualdades raciais. As maiores e mais violentas foram registradas justamente no local do crime, a maior cidade do estado e vizinha à capital, Saint Paul.
Por um lado, Walz é criticado por ter demorado demais para acionar a Guarda Nacional na cidade, quando os protestos contra a morte de George Floyd ficaram violentos. Ele só autorizou o uso da força policial em 28 de maio, um dia após o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, ter pedido ajuda estadual na manutenção da ordem pública. Então presidente à época, Donald Trump também lançou críticas ao governo estadual.
Em coletiva de imprensa realizada em maio de 2020, Walz disse que os protestos foram catalisados pela “incapacidade dos habitantes de Minnesota de lidar com desigualdades, iniquidades e, honestamente, o racismo que persiste” no estado.
Agora, os republicanos tentam colar em Walz a figura de alguém que é conivente com manifestantes violentos — algo que cola na narrativa de “extremista progressista” vendida por Donald Trump. Mesmo para democratas, a ação do governador é problemática, por mais que a força policial que abordou e matou Floyd seja vinculada ao município de Minneapolis. Para sua imagem, os efeitos de tais críticas, no entanto, ainda são incertos.
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