Diversos militares americanos foram feridos em um ataque à base aérea de Al-Asad, no Iraque, na noite desta segunda-feira, 5.

Autoridades dos EUA confirmaram que o ataque foi conduzido por um grupo terrorista apoiado pelo Irã, utilizando foguetes Katyusha. O incidente faz parte de uma série de mais de 200 ataques contra forças americanas na região desde o ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023.

“Podemos confirmar que houve um ataque com foguetes hoje contra as forças dos EUA e da Coalizão na Base Aérea de Al-Asad, no Iraque. As indicações iniciais são de que vários militares americanos foram feridos. O pessoal da base está conduzindo uma avaliação dos danos após o ataque”, disse um porta-voz dos EUA.

Os oficiais dos EUA estão atualmente avaliando os danos causados pelo ataque, que foi atribuído a um grupo proxy iraniano. Charles Lister, diretor do programa Síria no Middle East Institute, escreveu no X que este foi o 219º ataque por proxies do Irã contra forças americanas na Síria e no Iraque desde outubro de 2023.

Fontes ligadas ao Corpo de Guardas da Revolução Islâmica do Irã (IRGC) confirmaram que o ataque foi realizado por um de seus grupos.

Espera-se que o Irã lance um ataque contra Israel em resposta ao assassinato do chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã na semana passada. Relatórios indicam que grupos terroristas apoiados pelo Irã no Iêmen, Síria, Líbano e Iraque podem participar dos ataques.

Em resposta à crescente ameaça, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ordenou o envio de mais militares para a região, incluindo um grupo de porta-aviões e um esquadrão de caças.

Desde outubro de 2023, houve uma escalada significativa nos ataques contra forças dos EUA na região, realizados por grupos terroristas apoiados pelo Irã, como resposta ao conflito entre Israel e Hamas.

A base de Al-Asad tem sido um alvo frequente, refletindo a instabilidade contínua e a ameaça constante às forças americanas e aliadas na região.

Al-Asad: Histórico e Importância Militar

A Base Aérea de Al-Asad, localizada na província de Al Anbar, no oeste do Iraque, é uma das instalações militares mais importantes da região. Originalmente conhecida como Base Aérea de Qadisiyah, ela foi construída entre 1981 e 1987 por um consórcio de empresas iugoslavas, sob contrato com o governo iraquiano.

Al-Asad é uma base extensa situada entre os distritos de Haditha e Hīt, cerca de 160 km a oeste de Bagdá e 8 km a oeste da vila de Khan al-Baghdadi. Geologicamente, a base está localizada no setor Al-Ḥammād do Deserto Sírio, composto principalmente por uma estepe de rocha e cascalho.

A base possui várias pistas de pouso, incluindo duas de asfalto com 3.990 metros de comprimento e uma de terra compactada com 3.090 metros. Ela é dividida pelo Wādī al Asadī, um wadi que corre ao longo da borda oeste da base e deságua no Rio Eufrates.

Durante a Operação Liberdade Iraquiana, Al-Asad foi a segunda maior base militar dos EUA no Iraque. Até janeiro de 2010, abrigava a Força Expedicionária de Fuzileiros Navais II/Força Multinacional Oeste. Entre os principais inquilinos estavam a 4ª Brigada de Combate da 3ª Divisão de Infantaria, a 82ª Divisão Aerotransportada, a 332ª Brigada Médica, a 321ª Brigada de Sustentação e o Destacamento Vertical de Entrega a Bordo-1 (VOD-1), além de elementos da 7ª Divisão do Exército Iraquiano e da Força Aérea dos EUA.

A base foi alvo de diversos ataques ao longo dos anos. Em 8 de janeiro de 2020, sofreu um ataque com mísseis balísticos iranianos em retaliação pela morte do líder Quds, Qasem Soleimani, em um ataque de drone dos EUA. Mais recentemente, em 5 de agosto de 2024, a base foi atingida por foguetes Katyusha, resultando em ferimentos a cinco militares americanos.

Al-Asad é um importante centro logístico e de operações militares, frequentemente utilizado para lançamentos de comboios de abastecimento e combustível. A base é equipada com recursos para melhorar a qualidade de vida dos militares, incluindo piscinas, cinema, correios, centros de recreação, várias academias, restaurantes de fast-food e uma unidade hospitalar. Além disso, a base é autossuficiente na produção de água potável, possuindo uma planta de purificação por osmose reversa e uma planta de engarrafamento.

A base é um ponto comum para visitas de celebridades e políticos, incluindo visitas presidenciais. Em 26 de dezembro de 2018, o presidente Donald Trump e a primeira-dama Melania Trump visitaram as tropas na base. Em 23 de novembro de 2019, o vice-presidente Mike Pence também visitou a base.

A Base Aérea de Al-Asad continua sendo uma peça-chave na presença militar dos EUA no Iraque, desempenhando um papel crucial nas operações de combate e na logística na região. Com uma história rica e uma infraestrutura robusta, ela permanece um símbolo de poder e resiliência no tumultuado cenário do Oriente Médio.