Lula se reúne com Boric em meio a divergências sobre Venezuela
Brasil e Chile tiveram posições diferentes em relação à farsa eleitoral de Nicolás Maduro
Lula (foto) viaja para Santiago na noite deste domingo, 4 de agosto, para uma visita de Estado em meio a divergências com o presidente do Chile, Gabriel Boric, sobre a Venezuela.
Na agenda, os chefes de Estado devem assinar acordos bilaterais em diversos setores. A viagem deveria ter ocorrido em maio, mas foi adiada por causa da tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul.
O encontro ocorre em meio à crise na Venezuela desencadeada após a farsa eleitoral de Nicolás Maduro. Brasil e Chile tiveram posições diferentes em relação ao tema.
Boric e chefes de Estado de países como Argentina, Panamá, Costa Rica, Peru e Uruguai denunciaram a farsa em declarações públicas.
“O regime de Maduro deve compreender que os resultados são difíceis de acreditar. A comunidade internacional e especialmente o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exigem total transparência das atas e do processo”, afirmou Boric no dia seguinte após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) decretar a “vitória” eleitoral de Nicolás Maduro.
Já o Brasil, junto com a Colômbia e México, emitiu uma nota equiparando a ditadura venezuelana aos manifestantes pró-democracia, falando em controvérsias sobre o processo eleitoral a serem dirimidas pela via institucional, como se houvesse institucionalidade idônea no regime ditatorial de Maduro.
“É um processo normal”
Na última terça-feira, 30 de julho, Lula se manifestou sobre a farsa eleitoral de Nicolás Maduro para dizer que se trata de um “processo normal”.
Durante o processo normal a que o petista se refere, a oposição foi impedida de acompanhar a apuração dos votos e opositores do regime foram presos após as primeiras contestações da eleição.
“Tem uma briga, como é que vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com recurso. Sabe?”, disse Lula em entrevista transmitida pela GloboNews.
“E vai esperar na Justiça, tomar o processo. E aí, vai ter uma decisão que a gente tem que acatar. Eu estou convencido de que é um processo normal, tranquilo. O que precisa é que as pessoas que não concordam tenham o direito de provar que não concordam e o governo tenha o direito de provar que está certo”, seguiu o presidente brasileiro, cujo governo ainda não reconheceu a eleição de Maduro oficialmente.
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