Maduro expulsa jornalista espanhol Álvaro Nieto
Jornalista foi interrogado durante duas horas e depois expulso do país durante a madrugada, sem ter recebido explicações sobre o que ocorreu
A Associação de Imprensa de Madri (APM) denunciou neste sábado, 3 de agosto, a expulsão da Venezuela do jornalista e diretor do jornal The Objective, Álvaro Nieto. Em comunicado, a entidade considerou que a atitude do regime de Nicolás Maduro demonstra “desprezo pela liberdade de imprensa”.
Segundo o The Objective – com sede na Espanha –, Álvaro Nieto foi interrogado durante duas horas e depois expulso do país durante a madrugada, sem ter recebido explicações sobre o que ocorreu. Ele também foi impedido de entrar em contato com a Embaixada da Espanha enquanto esteve detido em Caracas
Em comunicado, a APM afirmou que, com mais essa expulsão, o regime venezuelano “está tentando impedir que os jornalistas informem sobre a situação do país, depois de proclamar Nicolás Maduro vencedor”.
Nieto é casado com uma cidadã franco-venezuelana e reportava para o jornal espanhol sobre a situação na Venezuela.
No comunicado, a APM instou o regime de Maduro a respeitar o exercício dos jornalistas nacionais e estrangeiros e pediu ao governo espanhol que tome as medidas adequadas junto das autoridades venezuelanas.
Pelo menos quinze jornalistas de vários países foram expulsos da Venezuela nos últimos dias.
No domingo da votação, o Ipys (Instituto de Imprensa e Sociedade) registrou ao menos 41 violações à liberdade de imprensa na Venezuela, incluindo uma detenção, uma deportação e 12 agressões físicas e verbais.
Outro casos de deportação foi o do jornalista espanhol Cake Minuesa, do Ok Diario.
A farsa eleitoral de Maduro
O isolamento da Venezuela se intensificou ainda mais com o reconhecimento da vitória do opositor Edmundo González por oito países: Peru, Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Equador, Costa Rica, Panamá e Guatemala. Todos esses países rejeitaram o resultado anunciado pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela, que declarou Maduro vencedor com 51% dos votos contra 44% de González.
Até o momento, a Venezuela não apresentou as atas eleitorais que comprovariam esses números. A oposição, por sua vez, afirma ter tido acesso aos documentos e publicou o que diz serem as atas oficiais em um site, declarando González como vencedor com 67% dos votos, contabilizados em 80% das mesas de votação.
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