Onda de calor quebra recorde centenário na Argentina
Fenômeno climático resultou em recordes de temperatura em uma série histórica de mais de um século.
Uma onda de calor extremo, incomum para esta época do ano, tem causado temperaturas atípicas e históricas na Argentina.
Este fenômeno climático resultou em recordes de temperatura em uma série histórica de mais de um século.
Na madrugada desta sexta-feira, a estação meteorológica de referência em Buenos Aires registrou uma temperatura mínima de 21,2ºC no Observatório Central, em Villa Ortúzar.
Este valor é o mais alto para o mês de agosto desde que os registros começaram, há 118 anos.
O recorde anterior era de 20,9°C, marcado em 27 de agosto de 2002 e em 23 de agosto de 2012.
Onda de calor extremo marca o inverno Argentino
No interior da Argentina, a situação não foi diferente.
Em Presidencia Roque Saenz Peña, no Chaco, a temperatura mínima não passou de 27,1°C, estabelecendo um novo recorde para o mês de agosto entre todas as estações oficiais do país.
O recorde anterior era de 27,0°C, registrado na mesma localidade em 18 de agosto de 1997.
Às 15h desta última sexta-feira, 02, as estações do Serviço Meteorológico Nacional reportavam temperaturas extremamente altas em várias cidades:
36,4ºC em Presidencia Roque Saenz Peña (Chaco)
36,1ºC em Las Lomitas (Formosa)
35,2ºC em Santiago del Estero (Santiago del Estero)
34,6ºC em Resistencia (Chaco)
34,0ºC em Sauce Viejo e Ceres (Santa Fé)
Onda de calor atinge a Argentina em agosto
A razão por trás dessas temperaturas anômalas em agosto na Argentina é uma corrente de jato poderosa, um corredor de vento a cerca de 1500 metros de altitude, que transporta ar extremamente quente e seco pelo interior do continente até as latitudes médias da América do Sul.
Este fenômeno alterou o clima de várias províncias do país, fazendo com que as temperaturas subissem de forma alarmante.
Corrente de jato em baixos níveis
Em termos simples, a corrente de jato em baixos níveis é uma faixa estreita de ar que se encontra na baixa atmosfera, geralmente em torno do nível de pressão de 850 hPa (ou cerca de 1500 metros de altitude).
Essa corrente atua entre um e dois quilômetros de altura, funcionando como um “corredor de vento” nas camadas mais baixas da atmosfera.
Estas correntes de jato, quando ocorrem a leste dos Andes, são responsáveis por trazer ar quente à região, originando-se frequentemente na Bolívia ou no Centro-Oeste do Brasil.
Elas podem se estender por centenas de quilômetros desde o sul da região amazônica até a bacia do Rio da Prata.
Ao alcançar o Prata, o jato geralmente curva em direção leste, em direção ao Atlântico, gerando vento norte seco e quente de forte intensidade.
Impactos no cotidiano e previsão para os próximos dias
Há apenas um mês, Buenos Aires experimentou a primeira quinzena de julho mais fria desde 1955, com diversos dias registrando temperaturas abaixo de zero, algo que não acontecia na capital argentina desde 2011.
A brusca mudança para temperaturas tão altas, em pleno inverno, tem impactado significativamente a rotina dos argentinos.
De acordo com sondagens meteorológicas realizadas na manhã de hoje pelo Serviço Meteorológico Nacional da Argentina, no Aeroparque, o vento a mil metros de altitude estava a 135 km/h devido à corrente de jato em baixos níveis.
Este fenômeno meteorológico deve continuar a influenciar as condições climáticas nos próximos dias.
Proteger diante de temperaturas anômalas
Para enfrentar estas condições extremas, recomenda-se o seguinte:
- Manter-se hidratado, bebendo água regularmente.
- Usar roupas leves e confortáveis.
- Evitar a exposição direta ao sol entre 10h e 16h.
- Utilizar protetor solar para proteger a pele.
- Monitorar as atualizações climáticas e seguir as orientações das autoridades competentes.
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