O ditador Nicolás Maduro (foto) ameaçou nesta sexta-feira, 2 de agosto, os Estados Unidos e seus “parceiros no mundo” de entregar os blocos de petróleo e gás que eles operam na Venezuela a seus aliados dos Brics se as autoridades americanas “cometerem o erro de suas vidas”.

Proclamado presidente pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano em meio a uma farsa eleitoral, Maduro não detalhou a que “erro” se referia. Na última quinta-feira, porém, os EUA reconheceram que o oposicionista Edmundo González Urrutia foi o vencedor das eleições presidenciais na Venezuela.

“Se essas pessoas no norte e os seus parceiros no mundo cometerem o erro das suas vidas, então esses blocos de petróleo e de gás que já foram assinados irão para os nossos aliados dos Brics”, disse Maduro em transmissão no canal estatal TVV.

Ele afirmou ainda que os “maiores investimentos” que a Venezuela tem hoje em petróleo e gás “vêm dos BRICS”, fundados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O grupo, afirmou o ditador venezuelano, tem uma “carteira de oportunidades” que interessam ao país caribenho.

Na Venezuela, a empresa americana Chevron atua em conjunto com a estatal PDVSA em cinco projetos de produção terrestre e offshore, incluindo o Cinturão de Orinoco, uma faixa rica em petróleo que cruza a região central e leste da Venezuela.

Em novembro de 2022, os EUA emitiram uma autorização para permitir que a Chevron retomasse operações limitadas de extração de petróleo da Venezuela. A medida, que aliviou as sanções impostas ao país, foi tomada depois de o regime de Maduro se comprometer com negociações para a eleição de 2024.

Embora tenha retomado as sanções contra Caracas em abril deste ano, Washington emitiu licenças a empresas internacionais para que possam operar na Venezuela.

Maduro tem dito que seu país pretende fazer parte dos Brics, grupo que passou a integrar ainda Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.

Maduro agradece a Lula e se faz de vítima

O ditador Nicolás Maduro agradeceu, em coletiva da imprensa chapa-branca do regime venezuelano, realizada nesta sexta-feira, 2 de agosto, aos presidentes Lula (Brasil), Gustavo Petro (Colômbia) e Andrés Manuel López Obrador (México) pelo comunicado igualmente chapa-branca divulgado na quinta-feira, 1.

“Eu conversei com o Lula há uns 15 dias. Agora, a gente tem mantido contato direto com o Celso Amorim e com o ministro Mauro Vieira. O presidente Lula, o presidente Petro e o presidente López Obrador estão trabalhando juntos para garantir que a Venezuela seja respeitada, para que os Estados Unidos não façam o que estão fazendo.

Eles soltaram um comunicado muito bom ontem, muito bom mesmo. Quero parabenizar o presidente Petro, o López Obrador e o Lula. Agradeço a eles. Em nome de toda a Venezuela, eu agradeço. Lula, Petro, López Obrador.”, disse o ditador.

O ditador se fez de vítima alegando que os Estados Unidos tentaram prejudicar as eleições presidenciais da Venezuela.

“O que eles têm é a armadilha que tentaram impor com a guerra cibernética no domingo. É isso que eles têm. Uma conspiração. Fora do comum. Contra a Venezuela, porque dizem que é a joia da coroa. Nós estamos conscientes dessa conspiração.”