Lula: “falecimento” de brasileiro e “assassinato” de terrorista Lula: “falecimento” de brasileiro e “assassinato” de terrorista
O Antagonista

Vocabulário do governo Lula: “falecimento” de brasileiro e “assassinato” de terrorista

avatar
Felipe Moura Brasil
4 minutos de leitura 02.08.2024 12:31 comentários
Análise

Vocabulário do governo Lula: “falecimento” de brasileiro e “assassinato” de terrorista

O contraste entre as notas do Itamaraty é gritante

avatar
Felipe Moura Brasil
4 minutos de leitura 02.08.2024 12:31 comentários 0
Vocabulário do governo Lula: “falecimento” de brasileiro e “assassinato” de terrorista
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O governo Lula (à direita do chanceler Mauro Vieira na foto) lamentou como “falecimento” o assassinato do brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, cometido pelo Hamas em 7 de outubro de 2013, em Israel, e condenou como “assassinato” a eliminação de Ismail Haniyeh, líder do grupo terrorista, em 1º de agosto de 2024, em Teerã.

Condenou também, sob o pretexto de ter sido feito em área residencial, o “ataque aéreo israelense em Beirute” que, com precisão, eliminou Fuad Shukr, comandante militar do grupo terrorista libanês Hezbollah, tratado pelo Itamaraty como “partido”.

Em relação aos outros brasileiros executados pelo Hamas – Karla Stelzer Mendes, Bruna Valeanu e Michel Nisembaum -, o termo utilizado nas notas do governo Lula foi “morte”.

Vítima do Hamas

Ranani Nidejelski Glazer, natural do Rio Grande do Sul, estava com sua namorada Rafaela Treistman e o amigo Rafael Zimerman no festival de música eletrônica invadido por terroristas no sul do território israelense.

Ele chegou a gravar um vídeo, no qual relatou sua fuga. “Cara, eu juro que essa situação não tem como inventar. No meio da rave, a gente parou num bunker, começou uma guerra em Israel, pelo menos a gente tá num bunker agora, seguro. Vamos esperar dar uma baixada nisso, mas, cara, foi cena de filme agora, gente correndo, quilômetros, para achar um lugar pra se esconder, velho”, disse Glazer.

Eu, Felipe, ao visitar Israel em maio de 2024, estive no “bunker” onde ele foi assassinado na verdade, um abrigo antiaéreo, como vários outros localizados em beiras de estradas e ao lado dos pontos de ônibus naquela região, que era, com frequência, alvejada por foguetes do Hamas até a eliminação de seu comandante militar, Muhammad Deif, em julho deste ano.

Contrastes

O abrigo antiaéreo é um espécie retangular de iglu, com paredes espessas que protegem as pessoas de explosão e estilhaços, mas o vão de entrada o espaço de uma porta vertical, sem a porta não impede que terroristas armados entrem, disparem tiros de fuzil e explodam granadas, como aconteceu em diversos casos envolvendo jovens que fugiram da rave.

O contraste entre os títulos das notas do Itamaraty sobre os casos do brasileiro e do líder do grupo terrorista que o matou é gritante: “Falecimento de cidadão brasileiro em Israel” e “Assassinato do chefe do Escritório Político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã”.

Segundo a última nota, “o governo brasileiro condena veementemente o assassinato” de Haniyeh e “o Brasil repudia o flagrante desrespeito à soberania e à integridade territorial do Irã”. Na verdade, o governo Lula repudia a eliminação do líder terrorista do Hamas que, horas antes, estava sentado na fileira do vice-presidente, Geraldo Alckmin, na posse do presidente do Irã, Masoud Pezeshkian.

Líderes de grupos terroristas

Entre Alckmin e Haniyeh, estavam – como eu, Felipe, identifiquei no X, em imagem que viralizou nas redes sociais – outros três líderes de grupos terroristas: Mohammed Abdulsalam (Houthi), Ziyad Al-Nakhalah (Jihad Islâmica) e Naim Assem (Hezbollah). Depois da posse, Haniyeh foi eliminado no quarto da pousada em que estava hospedado, onde um artefato explosivo teria sido infiltrado com dois meses de antecedência e detonado à distância.

Além da imagem de um Brasil que o major brasileiro de Israel, Rafael Rozenszajn, disse não ser o que ele conhece, a escolha de palavras mais adequadas às narrativas de assassinos que ao sofrimento de suas vítimas, inclusive brasileiras, ilustra a postura perversa do governo Lula diante do mundo contemporâneo.

Só faltou Alckmin ficar em Teerã para o velório.

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

Debate é marcado por 'cadeirada' de Datena em Marçal; apresentador é expulso

Visualizar notícia
2

FBI investiga possível tentativa de assassinato contra Trump

Visualizar notícia
3

Polícia identifica suspeito de possível novo atentado contra Trump

Visualizar notícia
4

“Nunca me renderei”, diz Trump após possível tentativa de assassinato

Visualizar notícia
5

“Me senti agredido”, diz Datena após cadeirada em Marçal

Visualizar notícia
6

Debate da TV Cultura: assista ao momento da 'cadeirada' de Datena em Pablo Marçal

Visualizar notícia
7

Após cadeirada, Marçal cita 'suspeita de fratura' e se compara a Trump e Bolsonaro

Visualizar notícia
8

Em debate, Marçal lembra acusação sobre assédio sexual contra Datena

Visualizar notícia
9

Datena: “Não me dei bem em debate porque não aprendi a mentir”

Visualizar notícia
10

Cadeirada na TV: Marçal registra queixa contra Datena por lesão corporal

Visualizar notícia
1

As reuniões fora da agenda dos irmãos Batista no Planalto

Visualizar notícia
2

Xi Jinping condecora Dilma Rousseff

Visualizar notícia
3

Dino autoriza governo Lula a ampliar gastos para combate a incêndios

Visualizar notícia
4

Vice de Trump insiste que haitianos comem animais de estimação

Visualizar notícia
5

E se um impeachment melhorar o STF?

Visualizar notícia
6

Por que as pessoas criticam reality shows, mas assistem?

Visualizar notícia
7

Musk já é democrata na Austrália, a quem acusa de fascismo

Visualizar notícia
1

Homem preso por tentativa "quixotesca" de assassinato de Trump

Visualizar notícia
2

Cadeirada na TV: Marçal registra queixa contra Datena por lesão corporal

Visualizar notícia
3

Depois de cadeirada, Marçal cancela agenda e passa por tomografia

Visualizar notícia
4

“Me senti agredido”, diz Datena após cadeirada em Marçal

Visualizar notícia
5

Após cadeirada, Marçal cita 'suspeita de fratura' e se compara a Trump e Bolsonaro

Visualizar notícia
6

Debate da TV Cultura: assista ao momento da 'cadeirada' de Datena em Pablo Marçal

Visualizar notícia
7

Debate é marcado por 'cadeirada' de Datena em Marçal; apresentador é expulso

Visualizar notícia
8

Em debate, Marçal lembra acusação sobre assédio sexual contra Datena

Visualizar notícia
9

Datena: “Não me dei bem em debate porque não aprendi a mentir”

Visualizar notícia
10

Polícia identifica suspeito de possível novo atentado contra Trump

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

Geraldo Alckmin governo Lula Hamas Ismail Haniyeh Itamaraty Masoud Pezeshkian
< Notícia Anterior

EUA investigam Nvidia por abuso de mercado em chips de IA

02.08.2024 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Paris 2024: Bia Souza conquista primeiro ouro para o Brasil

02.08.2024 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Felipe Moura Brasil

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Não se engane com as pesquisas eleitorais

Não se engane com as pesquisas eleitorais

Rodolfo Borges Visualizar notícia
E se um impeachment melhorar o STF?

E se um impeachment melhorar o STF?

Rodolfo Borges Visualizar notícia
Por que as pessoas criticam reality shows, mas assistem?

Por que as pessoas criticam reality shows, mas assistem?

José Inácio Pilar Visualizar notícia
Musk já é democrata na Austrália, a quem acusa de fascismo

Musk já é democrata na Austrália, a quem acusa de fascismo

Ricardo Kertzman Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.