“Bem-aventurados os que não viram e acreditaram”, prega Maduro
Com a Bíblia nas mãos, mas sem apresentar as atas, Maduro acusou a oposição de tentar mergulhar a Venezuela "em uma guerra civil outra vez"
Com a Bíblia nas mãos, mas sem apresentar as atas da farsa eleitoral do último domingo, 28, o ditador Nicolás Maduro acusou nesta quarta-feira, 31, a oposição de tentar mergulhar a Venezuela “em uma guerra civil outra vez”, criticando a comunidade internacional por não aceitar que o pais tem “direitos independentes e soberanos”.
“Quantas provas mais temos que apresentar para que vocês digam ‘já basta’?”, questionou Maduro, em declaração à imprensa, no Palácio de Miraflores. “A Venezuela tem a sua verdade e eu venho aqui defender a verdade do meu país. Não tenho medo das mentiras de vocês, vou enfrentá-las com a verdade.”
Ao longo do discurso, Maduro abriu a Bíblia e leu parte de João 20:
“Estenda a mão, coloque-a ao meu lado e não seja um incrédulo, mas um crente. Então Tomé respondeu: ‘Meu Senhor e meu Deus’. E Jesus lhe disse: ‘Porque você me viu, Tomé, você acreditou. Bem-aventurados os que não viram e acreditaram’. Eu falei [que entregaria a ata] e alguns acreditaram. E outros tiveram que ver para crer. Bem-aventurados aqueles que acreditaram sem ver”, disse Maduro.
Maduro atacou o Centro Carter
Em outro momento, Maduro atacou o Centro Carter, um dos mais respeitados institutos de monitoramento de eleições, que afirmou na terça, 30, que a farsa montada pelo regime chavista “não pode ser considerada democrática”.
“Todos os observadores do Centro Carter que vieram à Venezuela (observar as eleições) trouxeram o informe já escrito. Temos há um mês esse informe. O que faltava a eles eram ‘detalhezinhos’, que colocaram agora”, disse o ditador venezuelano.
A declaração de Maduro sobre o Centro Carter contrariou seu próprio ministro da Defesa, Vladimir Padrino, que seis dias antes da votação elogiou o instituto de monitoramento pela “seriedade” e “prestígio”.
“[O Centro Carter] conquistou prestígio em todo mundo não apenas em tarefas de eleições, mas também em tarefas para promover a democracia”, disse Padrino.
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