Maduro usa exército e medo para se manter no poder Maduro usa exército e medo para se manter no poder
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Maduro usa exército e medo para se manter no poder

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Alexandre Borges
3 minutos de leitura 01.08.2024 06:39 comentários
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Maduro usa exército e medo para se manter no poder

"Maduro vai se manter", afirma Javier Corrales, autor de livros sobre a Venezuela e professor da Amherst College

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Maduro usa exército e medo para se manter no poder
Foto: Reprodução

O ditador venezuelano Nicolás Maduro continua a se manter no poder com o apoio incondicional das forças armadas, mesmo após eleições fraudadas. Neste domingo, 28, o general Vladimir Padrino reafirmou a lealdade “absoluta e incondicional” ao presidente Maduro, em um discurso inflamando contra opositores.

Apesar de Maduro ter recebido apenas 3,2 milhões de votos contra 7,1 milhões de Edmundo González, de acordo com dados de estações de votação compilados pela oposição, o regime insiste que o ditador venceu. O governo não divulgou as contagens de votos conforme exigido por lei eleitoral, contando agora com um extenso serviço de segurança para controlar a população revoltada.

Esse aparato inclui altos oficiais que são recompensados com oportunidades de negócios que variam desde importações de alimentos até mineração de ouro e tráfico de contrabando, segundo matéria do The Wall Street Journal. A estrutura de defesa do regime é mantida através de um sistema de clientelismo e medo que pode garantir a permanência de Maduro no poder, independentemente do descontentamento interno e da pressão dos EUA.

“Maduro vai se manter”, afirma Javier Corrales, autor de livros sobre a Venezuela e professor da Amherst College. “Ele tem aliados internacionais, apoio militar, a oposição venezuelana não é uma insurreição armada, e os protestos estão diminuindo.”

Maduro solicitou uma auditoria das eleições pela Suprema Corte, embora seus aliados dominem o órgão. No entanto, a comunidade internacional, incluindo o presidente colombiano Gustavo Petro, tem exigido que a Venezuela libere os resultados detalhados da votação para respaldar a afirmação de Maduro de que venceu.

Desde que assumiu o cargo há 11 anos, Maduro não goza da mesma popularidade que seu antecessor Hugo Chávez. No entanto, Chávez deixou um legado de oficiais leais espalhados por toda a administração, garantindo a segurança do regime.

O sistema de segurança é liderado por um exército de cerca de 150 mil soldados, equipados com armamento moderno fornecido pela Rússia. Além disso, o governo conta com o apoio de ex-militares em posições de poder, como Diosdado Cabello e Remigio Ceballos, e o controle da empresa estatal de petróleo e outras instituições chave.

A repressão também é facilitada por conselheiros militares cubanos que ajudam a detectar e eliminar conspirações contra o regime. A lealdade militar é comprada com bônus em dinheiro, moradia, empréstimos a juros baixos e outros benefícios.

O regime venezuelano conta ainda com apoio econômico e diplomático de países como Rússia, China, Irã e Cuba, e a simpatia dos líderes da esquerda da América Latina, incluindo México e Brasil.

Entretanto, Maduro enfrenta desafios internos significativos. O descontentamento é mais evidente entre os militares de baixa patente, que vivem nas áreas mais pobres e sentem na pele a fome e a pobreza que afligem o país. A fidelidade desses soldados, ao serem ordenados a usar armas contra seus compatriotas, ainda é incerta.

“Maduro deve estar se perguntando se seus soldados de baixa patente, oficiais não comissionados e oficiais juniores, ao serem ordenados a usar força contra protestos civis, realmente obedecerão,” conclui William Brownfield, ex-embaixador dos EUA em Caracas.

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