O lenga-lenga de Padilha sobre a Venezuela
O ministro das Relações Institucionais afirmou que o Brasil entrará com "postura firme" em busca de uma solução pacífica para a Venezuela
Após Lula dizer que a farsa eleitoral promovida por Nicolás Maduro se trata de um “processo normal”, e o PT chamar a fraude de “democrática”, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta quarta-feira, 31, que o Brasil entrará com “postura firme” em busca de uma solução pacífica para a Venezuela.
Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, da EBC, Padilha defendeu a declaração de Lula sobre a situação no país vizinho.
“Às vezes querem criar de um tamanho como se fosse uma crise que não tem solução, Brasil vai entrar com postura firme para que tenha solução junto com outros países, para que tenha solução inclusive de pacificação”, disse o ministro.
Segundo Padilha, a postura do governo brasileiro foi “decisiva” para que a oposição venezuelana pudesse ter participado da votação de domingo, 28, embora o registro de partidos e candidatos na Venezuela não tenha atendido aos padrões internacionais, como destacou o Centro Carter, um dos mais respeitados institutos de monitoramento de eleições do mundo.
“A postura do Brasil foi decisiva para ter eleição [na Venezuela], foi decisiva para que a oposição pudesse participar das eleições e essa postura que presidente tem que ter para inclusive poder participar do processo [de negociação].”
E a nota do PT, Padilha?
Sobre a nota do PT, que reconheceu a “vitória” do ditador Nicolás Maduro no domingo, Padilha afirmou que o partido, ao qual é filiado, tem autonomia.
“Não somos país onde partido manda no presidente ou presidente manda no partido”, disse o ministro, reiterando que a posição do governo é de esperar pelas atas eleitorais.
Um “processo normal” para Lula
Lula se manifestou nesta terça-feira, 30, sobre a farsa eleitoral de Nicolás Maduro, para dizer que se trata de um “processo normal”.
“Tem uma briga, como é que vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com recurso. Sabe?”, disse Lula em entrevista transmitida pela GloboNews.
“E vai esperar na Justiça, tomar o processo. E aí, vai ter uma decisão que a gente tem que acatar. Eu estou convencido de que é um processo normal, tranquilo. O que precisa é que as pessoas que não concordam tenham o direito de provar que não concordam e o governo tenha o direito de provar que está certo”, seguiu o presidente brasileiro, cujo governo ainda não reconheceu a eleição de Maduro oficialmente.
Durante o “processo normal” a que o petista se refere, a oposição foi impedida de acompanhar a apuração dos votos e opositores do regime foram presos após as primeiras contestações da eleição.
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