“Venezuela se afasta da democracia”, diz Pacheco
Presidente do Congresso se posicionou após o CNE venezuelano, o órgão eleitoral ligado ao governo, apontar a vitória de Maduro
O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), comentou nesta terça-feira, 30, o resultado das “eleições” da Venezuela. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, o órgão eleitoral ligado ao governo, apontou a vitória de Maduro por 51,2% dos votos. O oposicionista Edmundo Gonzalez teria ficado em segundo lugar.
O resultado foi questionado pela oposição e por diversos países da América do Sul, como Chile, Argentina e Uruguai. A falta de divulgação das atas tem sido um dos principais pontos de desconfiança em relação ao resultado das eleições.
As atas são boletins que registram os votos em cada urna e que não foram devidamente apresentadas pelas autoridades venezuelanas. Segundo Pacheco, a Venezuela “se afasta da democracia ao não demonstrar lisura das eleições”.
“Numa democracia, a lisura e a transparência do processo eleitoral que assegure a prevalência da vontade do povo são base essencial e insuperável. O governo da Venezuela se afasta disso ao nao demonstrar esses valores com clareza”, disse o presidente do Congresso em nota.
Ainda segundo Pacheco, “a luta pela democracia não nos permite ser seletivos e casuístas”. “Toda violação a ela deve ser apontada, prevenida e combatida, seja contra quem for.”
PT endossa farsa eleitoral de Maduro
Apesar das contestações de diversos líderes e países, a Executiva Nacional do PT divulgou uma nota na noite de segunda-feira, 29, para saudar o povo venezuelano “pelo processo eleitoral ocorrido no domingo, dia 28 de julho de 2024, em uma jornada pacífica, democrática e soberana”.
O partido se antecipou, assim, ao próprio governo Lula, que ainda aguada esclarecimentos que embasem a proclamação da vitória de Maduro. O presidente petista deve conversar ainda nesta terça com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para tratar sobre o resultado das urnas na Venezuela.
Enquanto o PT celebra a “vitória” de Maduro, a oposição reivindicou a maioria dos votos na eleição presidencial. Os opositores afirmam ter em mãos 70% dos boletins de voto, que atestariam a vitória de Edmundo González Urrutia com mais do que o dobro dos votos de Maduro.
Maria Corina Machado, líder da oposição, declarou que todas as atas disponíveis foram verificadas e digitalizadas para publicação online, para permitir que todos possam ver as provas da derrota de Maduro nas urnas.
Esse anúncio ajudou a fomentar protestos em todo o país, com manifestações intensas em Caracas que foram dispersados pela polícia. Em cidades como Puerto La Cruz e Coro, estátuas de Hugo Chávez foram derrubadas.
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