Janja rende voto?
O PT escalou a primeira-dama para tentar alavancar suas candidatas mulheres em cinco capitais: Porto Alegre, Goiânia, Campo Grande, Natal e Aracaju
A exemplo do PL e de Michelle Bolsonaro, o PT escalou a primeira-dama Janja para tentar alavancar as candidatas mulheres da legenda em cinco capitais –Porto Alegre, Goiânia, Campo Grande, Natal e Aracaju–, registrou O Globo.
Segundo o jornal, ela também subirá nos palanques de três dos maiores colégios eleitorais do país, dos quais apenas em Belo Horizonte o partido terá candidato próprio, o deputado federal Rogério Correia.
O PT deseja que Janja leve às disputas municipais temas também abordados por Lula no plano nacional, como o combate à fome e às desigualdades, além da participação feminina na política e do enfrentamento à violência de gênero.
Janja no Sudeste
Apesar do foco nas candidaturas femininas, Janja também deve tentar puxar votos nas capitais da região Sudeste.
Em São Paulo, onde o PT apoia a candidatura de Guilherme Boulos, a primeira-dama deverá aparecer em agendas com a petista Marta Suplicy, indicada por Lula para ser candidata a vice do psolista.
No Rio de Janeiro, o partido deseja tirar proveito político do favoritismo de Eduardo Paes (PSD).
Já em Belo Horizonte, a primeira-dama terá a missão de ampliar a influência da sigla na capital mineira, na qual Lula foi derrotado por Bolsonaro em 2022.
Janja é referência de quê?
Como mostramos, a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), disse, em reportagem publicada em 1º de julho pela Folha de S.Paulo, que Janja é “referência na luta por mais mulheres nos espaços públicos”. Mas a primeira-dama não conseguiu o único “espaço público” pelo qual lutou até hoje.
Janja admitiu, em 2023, que queria um gabinete no Palácio do Planalto, porque “a primeira-dama dos Estados Unidos tem um”. Meses depois a Comissão de Ética Pública da Presidência arquivou um pedido de investigação sobre o “suposto desvio ético” do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e da secretária-executiva da pasta, Miriam Belchior, por destinarem uma sala à primeira-dama dentro do Palácio do Planalto.
Chegou a ser noticiado no início do governo Lula que Janja chefiaria um Gabinete de Ações Estratégicas em Políticas Públicas, mas o posto não se materializou. Hoje, ela não perde uma oportunidade de aparecer em público, como se viu na tragédia das chuvas do Rio Grande do Sul, e se define como “articuladora” do governo.
A participação de Janja em campanhas da eleição municipal soa apenas como mais uma oportunidade para a primeira-dama aparecer mais do que devia.
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