Juros altos seguram dólar e real tem melhor performance
Movimento foi impulsionado pela alta dos juros futuros em antecipação a um possível reajuste da Selic por preocupações com saúde fiscal
A moeda americana caminhava para encerrar o dia em que próxima de 0,60% contra a brasileira, cotada próxima a 5,62 reais. O movimento fez a divisa brasileira figurar como a de melhor desempenho no dia em uma cesta de 23 emergentes.
Um dos possíveis motivos é a alta dos juros por aqui. De acordo com a precificação de mercado, a deterioração fiscal pode levar a Selic a terminar 2024 em 11,50% ao ano, contra os 10,50% a.a. atuais.
Mais cedo, o relatório do Banco Central com o resultado primário do setor público consolidado surpreendeu economistas ao indicar um déficit ainda maior que o esperado. Em junho, o rombo ficou em 40,9 bilhões de reais, contra um déficit esperado de 39,5 bilhões de reais.
Rombo recorde nas contas públicas
De acordo com a autarquia, somente no primeiro semestre do ano, o déficit primário (gasto acima da arrecadação, desconsiderados os juros) ficou em 43,4 bilhões de reais, ou 0,78% do PIB (Produto Interno Bruto).
O número inclui, além das contas do governo federal, as de estados, municípios e empresas estatais. Os governos regionais, no entanto, registraram superávit no período e, portanto, até amenizaram o rombo causado pelo governo federal e estatais.
O déficit das contas públicas mais do que dobrou na comparação com o primeiro semestre do ano passado, quando o resultado negativo alcançou 20,4 bilhões de reais. O rombo é recorde para o período e só perde para os seis primeiros meses de 2020, quando a pandemia levou o governo a aumentar os gastos para mais de 402 bilhões de reais de janeiro a junho.
Juros sobem com piora de perspectivas
O efeito nos juros futuros foi de alta em todos os prazos de vencimento. Mais para o final da sessão, no entanto, os títulos com vencimento em até 18 meses reverteram o movimento e até chegaram a recuar 1 ou 2 pontos base. Os intermediário e longos, porém, registraram altas de até 7 pontos base.
Bolsa em queda
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores, recuou 0,42%, com 63 dos 86 papéis que compõem o indicador em território negativo na sessão. As maiores quedas ficaram com Magazine Luiza (-5,80%), Usiminas (-4,42%) e Vamos (-4,36%). Na ponta oposta, lideraram o grupo de altas Klabin (+3,21%), 3R Petroleum (+2,80) e Suzano (+1,91%).
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